segunda-feira, 18 de maio de 2009

Foi só falar...

Usuários têm problema de conexão com banda larga Speedy em São Paulo
Usuários do serviço de banda larga fizeram uma série de reclamações sobre a lentidão ou falta de conexão

No limite?

Bem antes dessas reportagens serem produzidas minhas preocupações surgiram sobre o caso: até quando a ganância das operadoras de telefonia irão suportar tamanha demanda? O mais famoso caso é a incompetente Telefônica, com sua péssima 'banda curta' Speedy, cujo serviço já me causou sérios problemas de ordem profissional anos atrás. Absurdo é que ainda persistem, vide os inúmeros casos registrados no Procon e nas colunas de reclamações da grande imprensa. Será que a bondosa Anatel não é competente para agir?

Explosão do 3G ameaça serviço de banda larga móvel
Venda de modems para acesso à internet rápida móvel cresceu 156% de outubro a abril; operadora vê risco de colapso em 2012

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Matérias publicadas na Isto É desta semana bem interessantes!

Como lula driblou o destino
Na infância, ele escapou da mordida de uma jumenta e de ser deixado na estrada na viagem a São Paulo. Na juventude, pegava o paletó emprestado de um amigo para ir aos bailes. E ficou três anos deprimido com a morte da primeira mulher

Como vivem os irmãos de Lula
A História de seis brasileiros que sofrem com o ônibus lotado, o desemprego e a violência, como a maioria da população, embora sejam da família do presidente da república

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Kacio/Correio Braziliense

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Qualidade inexistente

O artigo abaixo de João Ubaldo Ribeiro serve para aqueles que ainda acham que a imprensa é culpada pelas mazelas do país, em especial pela corrupção existente no Congresso. Esquecem que antes de culpá-la não cobram um comportamento ético, que deixou de ser uma atitude 'normal' e virou qualidade. Ora, com honestidade no caráter não há pauta a ser feita!

Enrolação que não cola mais
João Ubaldo Ribeiro

Meu primeiro emprego foi em redação de jornal e, no dia a dia da imprensa, já fui desde repórter (esforçado, mas ruim) a chefe de redação (não tão esforçado, nem tão bom). Bom mesmo, ou pelo menos mediano, acho que só como copidesque, no legendário tempo dos copidesques e seus desafios himalaicos, tais como botar em meia lauda o essencial de uma conferência de duas horas - não tenho muita saudade. E editorialista, creio que razoável. Mas o pouco brilho de minha carreira não impediu que tenha vivido praticamente todo tipo de situação por que pode passar a imprensa em geral e um seu órgão em particular. Ou seja, assim ou assado, manjo jornal, o mundo jornalístico e seus valores, conheço suas boas qualidades e seus defeitos e acompanho a imprensa brasileira há mais de meio século.

Devia estar acostumado, portanto, a essa perpétua conversa de que a culpada pelo que de mau acontece é a imprensa, um absurdo tão patente que já deveria ter caído em desuso. Mas não caiu. Pelo contrário, rebrota como as cabeças da hidra de Lerna e chego a pensar numa das muitas ironias que todo o tempo nos exibem seu sorriso sarcástico: a imprensa nunca vai deixar de ser essencial aos governantes, notadamente os incompetentes e corruptos, porque sem ela não haveria em quem pôr a culpa dos desmandos, malfeitorias, burrices e simples e puros crimes por eles cometidos e pela imprensa denunciados.

''Já devia estar acostumado à conversa de que a culpada pelo
que de mau acontece é a imprensa''


Responsabilizar a imprensa, por si só, já mostra desdém pela inteligência de quem ouve ou lê. "Explicação" tão cediça, mentirosa e evasiva já bem que podia ter sido substituída por outra um tantinho mais elaborada. Mas eles capricham. Vejam só o Gabeira, que é também jornalista, mas deve ter tido um pequeno branco na semana passada. Segundo li, ele disse que a imprensa estava agora atacando a Câmara de Deputados porque esta não é grande anunciante. Ou seja, parece ter deixado implícito que, se a Câmara de Deputados fosse grande anunciante, este jornal, por exemplo, não publicaria esta e outras colunas. Tudo bem, a tal acha ele que se resume a filosofia editorial de um jornal sério, tudo bem, cada um pensa o que quer, diz o que quer e esquece o que quer. E cospe no prato, quando manda a feia necessidade.

Mas o que me surpreendeu mesmo, nessa do Gabeira, foi ele ter contado uma história, na qual revela que acha que nós é muitíssimo mais burro do que nós é. Disse que, quando veio à frente e revelou que também era agente de viagens, como tantos de seus colegas, arranhou sua imagem política espontaneamente. Quem engoliu essa deve filiar-se de pronto ao Alimárias Anônimas mais próximo de sua casa. Claro que o verdadeiro arranhão aconteceria se ele não se antecipasse à revelação, que viria mais cedo ou mais tarde. Aí é que seria chato mesmo e ele, astutamente, se antecipou para eludir o constrangimento, mas acha que pode tapear a gente com outra conversa. Quer dizer, esse negócio de ter certeza de que todo mundo aqui é cretino ou fronteiriço deve ser um vírus que dá lá no Congresso e que acabou pegando o Gabeira também.

Essa patologia acabrunhante já se tinha manifestado antes em declarações do presidente da Câmara, tais como a de que meteram a mão nas passagens até para viagens galantes porque "não havia regras claras". Seria de esperar que, não havendo regras claras para a utilização de uma vantagem, o homem público escrupuloso se afastasse dessa vantagem. Mas não, aqui isso justifica o uso e o abuso. Talvez, para que haja regras bem claras onde se diz que circulam tantos ladrões, seja melhor colar etiquetas em tudo: "Não pode levar este microfone para dar à banda de rock de seu filho"; "não pode pegar as cadeiras para mobiliar o sítio"; "os talheres são da casa"; "o papel higiênico é para uso exclusivo no local"; "tire a mão daí", etc. etc.

Disse também o presidente da Câmara que nem todos os deputados são responsáveis por irregularidades ou falcatruas, e não se devem misturar alhos com bugalhos. Ninguém discorda, não se devem misturar alhos com bugalhos, mas quando os próprios alhos se misturam mais com os bugalhos do que clara e gema num ovo mexido, como é que se faz? Por que os alhos, a quem compete essa função e não aos governados, não se livram dos bugalhos, por que os protegem e coonestam? A mistura atingiu o ponto de não-retorno?

''Não pode levar este microfone para dar à banda de rock de seu filho; não pode levar os talheres da casa...''


E chega também desse papo besta, que tem enchido o País de ensaístas políticos que nunca leram o bê-á-bá de teoria política nenhuma, com essa conversa de que é irresponsável falar mal do Congresso, porque sem Congresso não pode haver democracia. Verdade meio discutível (sem imprensa livre, inclusive internet, é que hoje não acredito em democracia), mas vamos dar de barato, para não bater boca com quem está por fora até dos fundamentos e nem distingue Estado de governo, como já peguei muitos. Tudo bem, mas Congresso de merda também não é indício nenhum de existência de democracia, pois perguntem se a Coreia do Norte não tem lá o seu Congresso, assim como teve e tem a maioria das ditaduras. Então, em nome da preservação da democracia, protege-se um Congresso inepto, incapaz, omisso e malquisto e fecham-se os olhos a seus escândalos? Óbvio que um Congresso assim é que é o coveiro da democracia representativa e não os que procuram, por meios lícitos, corrigir seu curso desastroso e, a longo prazo, catastrófico. Quem faz o que faz é ele, não a imprensa, e o inimigo dele é ele, não a imprensa.

Aliás, historicamente, a maior parte da imprensa brasileira tem defendido as instituições democráticas, nas circunstâncias e visão de cada época. Grande parte dos políticos hoje estabelecidos, em qualquer nível, esquece o muito que deve à existência de uma imprensa livre. A qual, aliás, não esquenta demais com isso, porque sabe que dor de barriga não dá uma vez só.
(OESP 26.04.09)