quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Trabalhar longe de casa afeta a saúde

A matéria só esqueceu de citar que alguns trabalhos podem ser feitos à distância, via acesso remoto aos equipamentos da empresa. Mas não deixa de ser mais uma prova do insuportável cotidiano nas grandes cidades, onde um trajeto que normalmente levaria 15 minutos consome, com trânsito, cerca de uma hora.
Veja aqui a matéria.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quem?

Podemos chamar este artigo do Cony de um comparativo. Segue...

CARLOS HEITOR CONY

Quem?

RIO DE JANEIRO - Desconfio de que já contei esta história em crônica muito antiga, mas de forma incompleta. Agora, com a proximidade das eleições, acredito que ela deva ser relembrada.
O escritor Álvaro Lins foi editorialista do "Correio da Manhã", chefe da Casa Civil na Presidência de JK e embaixador em Portugal, onde, aliás, criou um caso internacional dando asilo a um adversário do regime salazarista. Muitos o consideram o crítico literário mais completo do Brasil. Sua entrada na Academia Brasileira de Letras foi uma noite memorável, pois chegou atrasado duas horas para a cerimônia.
Em Lisboa, ele decidiu visitar a Suíça, sendo ali recebido com todas as honras. Na manhã do seu primeiro dia em Genebra, depois de ler os jornais locais, deu um giro pela cidade em companhia de um funcionário do governo. Andou pelas ruas, de carro e a pé.
Em dado momento, comentou: "Li nos jornais que hoje é dia de eleições gerais. Mas não estou vendo nenhum movimento especial, nenhuma fila, nenhum posto eleitoral...". O funcionário explicou: "Senhor embaixador, hoje, realmente, é dia de eleições gerais, e elas estão se processando normalmente". "Mas como? Não vejo nenhum movimento... nenhuma fila... parece um dia qualquer...".
"Não precisamos de filas. Cada quarteirão tem uma urna em local determinado. O eleitor chega e deposita sua cédula. À meia-noite, as urnas são recolhidas e, no dia seguinte, o resultado é proclamado."
Álvaro Lins ouviu, abaixou a cabeça, pensou um pouco e perguntou: "Mas digamos... um eleitor pode depositar na mesma urna ou em outras muitas cédulas de um só candidato, dez, vinte... cem... e aí como é que fica?"
Foi a vez de o funcionário suíço ficar espantado:
"Mas senhor embaixador, quem faria isso?".

(Folha de S.Paulo 30/09/2010)