quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Trabalhar longe de casa afeta a saúde

A matéria só esqueceu de citar que alguns trabalhos podem ser feitos à distância, via acesso remoto aos equipamentos da empresa. Mas não deixa de ser mais uma prova do insuportável cotidiano nas grandes cidades, onde um trajeto que normalmente levaria 15 minutos consome, com trânsito, cerca de uma hora.
Veja aqui a matéria.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quem?

Podemos chamar este artigo do Cony de um comparativo. Segue...

CARLOS HEITOR CONY

Quem?

RIO DE JANEIRO - Desconfio de que já contei esta história em crônica muito antiga, mas de forma incompleta. Agora, com a proximidade das eleições, acredito que ela deva ser relembrada.
O escritor Álvaro Lins foi editorialista do "Correio da Manhã", chefe da Casa Civil na Presidência de JK e embaixador em Portugal, onde, aliás, criou um caso internacional dando asilo a um adversário do regime salazarista. Muitos o consideram o crítico literário mais completo do Brasil. Sua entrada na Academia Brasileira de Letras foi uma noite memorável, pois chegou atrasado duas horas para a cerimônia.
Em Lisboa, ele decidiu visitar a Suíça, sendo ali recebido com todas as honras. Na manhã do seu primeiro dia em Genebra, depois de ler os jornais locais, deu um giro pela cidade em companhia de um funcionário do governo. Andou pelas ruas, de carro e a pé.
Em dado momento, comentou: "Li nos jornais que hoje é dia de eleições gerais. Mas não estou vendo nenhum movimento especial, nenhuma fila, nenhum posto eleitoral...". O funcionário explicou: "Senhor embaixador, hoje, realmente, é dia de eleições gerais, e elas estão se processando normalmente". "Mas como? Não vejo nenhum movimento... nenhuma fila... parece um dia qualquer...".
"Não precisamos de filas. Cada quarteirão tem uma urna em local determinado. O eleitor chega e deposita sua cédula. À meia-noite, as urnas são recolhidas e, no dia seguinte, o resultado é proclamado."
Álvaro Lins ouviu, abaixou a cabeça, pensou um pouco e perguntou: "Mas digamos... um eleitor pode depositar na mesma urna ou em outras muitas cédulas de um só candidato, dez, vinte... cem... e aí como é que fica?"
Foi a vez de o funcionário suíço ficar espantado:
"Mas senhor embaixador, quem faria isso?".

(Folha de S.Paulo 30/09/2010)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Picanha contrabandeada da Argentina é vendida pela metade do preço

Não é de hoje que eu sempre suspeitei de churrascarias rodízio que cobram muito barato. Bom, já fui em várias e ainda estou vivo, mas não sei até quando...

Preços baixos no país vizinho estimulam contrabando. Receita alerta que carne é trazida para o Brasil em péssimas condições.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Internet obriga a pensar de forma ligeira e utilitária, diz Nicholas Carr

Entrevista interessante publicada na Folha de S.Paulo na última segunda. Diante de tanta ignorância, futilidades e alienações que se alastram cada vez mais, este pode ser um dos motivos. Não há mais comprometimento com nada...

Leia aqui a entrevista.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Casas Bahia socialista

Quando você pensa que já viu de tudo ele aparece...
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, lançou um programa para vender eletrodomésticos a "preços socialistas" que começará em breve na rede estatal de supermercados.
Veja a festa que vira no final.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vereador leva sapatada na testa em Dourados

Esse foi certeiro! Não digo que o atirador deveria estar naquele dia que o Bush quase levou uma também, afinal o presidente americano foi mais rápido que este pobre vereador. Bom, pelo jeito de coitado não tem nada.



Um manifestante despejou hoje (quinta, 9) sua revolta contra a classe política em Dourados, município de Mato Grosso do Sul, com uma sapatada no segundo-secretário da Câmara Municipal de Dourados, Aurélio Bonatto (PDT). O vereador é um dos acusados de participação em esquema de corrupção que, desbaratado há duas semanas, levou à cadeia o prefeito da cidade, Ari Valdeci Artuzi (bem como a primeira-dama, Maria Artuzi), o vice-prefeito, Carlinhos Cantor, e mais nove vereadores, inclusive da oposição. Seis deles foram soltos hoje. (Fábio Góis/Congresso em Foco)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Jean/Folha de S.Paulo

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

100 anos de fanatismo

Fausto/Jornal Olho Vivo

Hoje quem esteve presente no planeta Terra sabe que o Corinthians completa seu centenário de vitórias e desilusões. Mas claro, como todo bom corintiano as qualidades, mesmo que pequenas, sempre se sobressaem das adversidades.
Mudando um pouco a prosa sem deixar o tema de lado vamos falar de fanatismo, comportamento irracional e egoísta presente quase sempre na grande maioria dos torcedores.

Ontem (31) ouvi abismado na CBN, em um de seus especiais sobre os 100 anos do Corinthians, a história de um palmeirense na maternidade prestes a ser pai de uma menina, porém muito assustado com o que poderia acontecer. Se o parto ocorrer após a meia-noite do dia 31 ela nasceria no exato dia do centenário de seu maior rival. Nervoso como um bom fanático atormentava o médico com esta possibilidade e ele, para colaborar, sugeriu: se a filha quiser vir ao mundo alguns minutos antes da zero hora ele poderia ajudar a mãe ‘a aguentar mais um pouco’, seja lá como isso seria feito.

Fico imaginando o sofrimento da mãe diante desta situação com o pai dizendo: “Segura aí mais um pouco, vai! Faltam só 5 minutos, peraí!!! Agora não, aguenta amor, falta pouco. Só mais três minutinhos!”

Deve ser fácil para ele, queria ver uma criança sair pela uretra dele! Se uma pedrinha que sai da bexiga já é querer a morte, imagine... Vai parir para ver se é bom!

Estupidez já vi muitas mas esta por causa de um time rival foi a pior que já ouvi até agora. Mas tenho certeza: ouvirei ainda outras barbaridades que só o fanatismo futebolístico é capaz de proporcionar. E ainda tem a imprensa para ajudar a disseminá-lo.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

(Folha de S.Paulo 24/08/10)

domingo, 29 de agosto de 2010

Apresentador da Globo solta um “cala a boca” durante fala de Dilma

Um sonoro “manda calar a boca” atribuído ao apresentador William Waack vazou no ar na edição do Jornal da Globo da última quinta-feira (26), durante uma reportagem sobre a disputa eleitoral deste ano.

O desabafo do global foi ouvido justamente quando a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT), comentava o caso do vazamento de dados do Imposto de Renda de pessoas ligadas à campanha de José Serra (PSDB), seu adversário na disputa.

Na web, já circulam vídeos que mostram o momento, e a frase é atribuída a Waack como se fosse endereçada a Dilma. Logo após a apresentação do jornal, o “manda calar a boca” repercutiu no Twitter com insinuações de que o apresentador estivesse aderindo ao movimento #CalaBocaDilma, que levou o termo aos trending topics do site – termos mais comentados do microblog.

Procurada pelo R7, a assessoria da Globo não foi encontrada para comentar o caso.

A ONU recomenda: coma insetos

Se um gafanhoto tiver o mesmo gosto do camarão, até vale a pena!
Veja a matéria aqui

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Bienal chocha

Há alguns anos quando eu era estudante (bom, não faz tanto tempo assim) um de meus lazeres preferidos era ir a exposições, shows, seminários e bienais, em especial a do Livro. Na época, (deixa eu te localizar porque parece que estou falando de 40 anos atrás) nos anos 90, ainda estava engatinhando o conceito de ‘megastore’, grandes lojas com uma infinidade de produtos e serviços.
Hoje elas são comuns nas grandes cidades. Livrarias como a Cultura, da Avenida Paulista, Saraiva e Fnac apresentam tantas opções de produtos culturais que você pode passar uma tarde inteira em uma delas.
Por isso ontem quando fui na 21ª Bienal do Livro tive a sensação de estar em um lugar parado no tempo, sem grandes expectativas, novidades ou atrações que me façam ter vontade de ir novamente.
Além dos elevados preços dos livros há ainda uma irritante abordagem de vendedores perguntando se você já ganhou o ‘brinde’, uma falácia para você levar um produto antes.
Com as opções que temos agora de grandes livrarias onde o protagonista não é só o livro e os preços convidativos da internet Bienal nunca mais! E olha que nem peguei a ‘muvuca’ de final de semana.
Passear na livraria Cultura, por exemplo, é bem mais interessante!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

E hoje começa...

... o horário bizarro eleitoral. Enquanto isso, no último debate...

(Folha de S.Paulo 08/08/2010)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Candidato do PMDB ao Senado briga com apresentador de TV no Acre-Brasil

Poderia ser uma oportunidade para conhecer propostas, ideias, para se discutir razões para votar ou não no candidato. Mas, em vez de apresentar sua plataforma de governo, o candidato ao Senado pelo Acre João Correia (PMDB), ex-deputado federal, quase ofereceu ao telespectador cenas de vale-tudo, tendo como oponente o apresentador da emissora TV 5 Demóstenes Nascimento.

A confusão começou quando o jornalista perguntou se João Correia teria envolvimento com o esquema de desvio de recursos públicos que ficou conhecido como “a máfia dos sanguessugas”, que consistia no superfaturamento na venda de ambulâncias. O ex-deputado não gostou da pergunta e passou a xingar Demóstenes, que revidou – embora menos acintosamente – e pediu o encerramento do programa. Já de pé, os dois quase se atracaram, mas a turma do deixa disso impediu o embate.

“Você é um merda de nada, rapaz, um parasita. Seu lacaio!”, esbravejou o candidato, entre outros xingamentos impublicáveis, quando a entrevista já se aproximava dos sete minutos de duração.

(Fábio Góis/Congresso em Foco)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Defasado

Se eu já era um pouco chato parece que estou mais. Mas é estranho quando esta chatice é resultado de um comportamento mais consciente de seus direitos e deveres como cidadão. As coisas estão tão invertidas hoje em dia que as pessoas são consideradas chatas quando agem corretamente. Por exemplo, já me disseram que sou muito ‘certinho’ por dar seta toda vez que faço uma manobra no carro ou reclamarem por eu estar parado no semáforo vermelho e não ter nenhum carro cruzando (isto antes das 23h). Também de estar no limite de velocidade (70km) na faixa da direita e levar farol por estar andando devagar!
Pois é, alguma coisa deve ter mudado nos conceitos básicos de direção e não me avisaram. Será que preciso revê-los?
A continuar...

domingo, 8 de agosto de 2010

Correio Braziliense

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pastor pede dinheiro para não perder programa de TV

"Ligue já e solicite o seu carnezinho para colaborar com o programa de televisão. Não deixe esse programa parar!", diz a vinheta da Rede 21, canal do grupo Bandeirantes que é "alugado" (ilegalmente) pela Igreja Mundial do Poder de Deus.
Depois, o próprio pastor ("apóstolo" Valdemiro Santiago) surge ao vivo e pede: "Você vai ligar agora e solicitar o carnezinho para ajudar esse programa de TV. Não deixe esse programa parar".
O programa é o que ele apresenta. O conteúdo: trechos da Bíblia, "bênçãos", convocações para cultos e, claro, pedidos de dinheiro para a própria produção. Ele divulga ainda telefones e contas para depósito em diversos bancos.
O pedido de dinheiro soa absurdo e, mais que isso, o "aluguel" do canal é ilegal. Considerado publicidade pela legislação de radiodifusão, o arrendamento é limitado a 25% da programação.
Se cumprisse a lei, o grupo Bandeirantes poderia vender apenas seis horas à Igreja Mundial do Poder de Deus. Ilegal, vende 22 horas.
Para "arrendar" o canal, estima-se que a igreja pague cerca de R$ 400 mil por mês ao grupo, que não confirma valores nem respondeu às questões enviadas pela Folha. O grupo informou apenas que "a Rede 21 não vai se manifestar".
(Coluna Outro Canal- AUDREY FURLANETO) Folha de S.Paulo 02/08/2010

domingo, 1 de agosto de 2010

Elle de novo!

Collor xinga e ameaça jornalista
Insatisfeito com uma reportagem publicada pela revista IstoÉ, o senador Fernando Collor (PTB), candidato a governador de Alagoas, voltou a demonstrar a sua costumeira falta de educação e o seu temperamento explosivo

terça-feira, 27 de julho de 2010

100%

Fiquei com uma certa raiva do autor deste artigo pois era um assunto que eu estava prestes a escrever mas enrolei demais (rs). Levar uma vida '100%' como pregam certos setores da sociedade, em especial a mídia para alavancar seus anunciantes na entrada de novos nichos de mercado e público é um desperdício do tempo que nos resta de vida. Claro, tudo que é exagero é prejudicial inclusive levar ao extremo uma 'vida saudável'.

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LUIZ FELIPE PONDÉ

100%

O clero fascista da saúde não para de botar para fora sua alma azeda; vida é desperdício, e ganancioso não gosta disso


Atenção, pecadores e viciados em sexo, comida, bebida, dinheiro e poder: vocês estão ultrapassados. Há uma nova ganância no ar: a mania de qualidade de vida e saúde total. Esta ganância é o que o jornal "Le Monde Diplomatique" já chamava de "la grande santé" ("a grande saúde") nos anos 90. A mania de ter a saúde como fim último da vida.
Acho isso antes de tudo brega, mas há consequências mais sérias que um simples juízo estético para esta nova forma de ganância. Consequências morais, políticas e jurídicas: o controle científico da vida.
Agora esses fanáticos estão a ponto de demonizar o açúcar, a gordura e o sódio. Querem fotos de gente morrendo de diabetes no saco de açúcar ou de ataque cardíaco nas churrascarias. O clero fascista da saúde não para de botar para fora sua alma azeda.
Mas, como assim, ganância? Sim, esta ganância significa o seguinte: quero tirar do meu corpo o máximo que ele pode me dar. Inevitavelmente fico com cara de monstro narcisista quando dedico minha vida à saúde total. Sempre sinto um certo ar de ridículo nesses pais que obrigam seus filhos a comer apenas rúcula com pepinos e cenoura desde a infância.
Suspeito que os "purinhos", no fundo, se deliciam quando veem fumantes morrerem de câncer ou carnívoros morrerem do coração. Sentem-se protegidos da morte porque vivem como "pombinhos da saúde". São medrosos. A vida é desperdício, e ganancioso não gosta disso.
No caso da morte, probabilidade é como gravidade: 100% de certeza. Logo, a luta contra a morte é uma batalha perdida, nunca uma vitória definitiva.
Se você não morrer de acidentes (carro, avião, atropelamentos, assaltos, homicídios) ou de epidemias (tipo pestes) ou por endemias (tipo doença de chagas), ou de doença metabólica (tipo diabetes) ou de doenças cardiovasculares (tipo AVC ou acidente cardiovascular e ataque cardíaco), você sempre morrerá de câncer.
Claro, ainda temos contra (ou a favor) a tal herança genética. Você passa a vida comendo rúcula e morre de AVC porque suas "veias" não valem nada. Que pena, passou uma vida comendo comida sem graça e morreu na praia. E vai gastar dinheiro com hospital do mesmo jeito, ou, talvez, mais ainda. Sorry.
Logo, caro vegetariano, escapando de doenças cardiovasculares porque você evitou (religiosamente) gorduras supostamente desnecessárias, você pode simplesmente morrer de câncer porque deu azar com o pai que teve ou porque, no fim, tudo vira câncer, não sabia?
Um dia, esses maníacos da saúde total desejarão processar os pais por terem deixado que eles comessem coxinhas e brigadeiros quando eram crianças ou porque simplesmente tinham maus genes em seus gametas.
Sinceramente, não estou convencido de que viver anos demais seja muito vantajoso. Sem "abusar" da comida, da bebida, do tabaco, do sexo, das horas mal dormidas, não vale a pena viver muitos anos.
A menos que eu queira ser uma "freira feia sem Deus", o que nada tem a ver com freiras de verdade, uso aqui apenas a imagem estereotipada que temos das freiras como seres chatos, opressores e feios , ou seja, uma pessoa limpinha, azeda e repressora.
Como diz meu filho médico de 27 anos, "nunca houve uma geração tão sem graça como esta, obcecada por viver muito". Eu, pessoalmente, comparo esta geração de pessoas obcecadas pela saúde àqueles personagens de propaganda de pasta de dentes: com dentes branquinhos, cabelos bem penteados e com cara de bolha (ou "coxinha", como se diz por aí).
Dei muita risada quando soube que alguns cientistas estavam relacionando câncer de boca à prática frequente de sexo oral. Será que sexo oral dá cárie também? Terá a vida sentido sem sexo oral? Fazer ou não fazer, eis a questão!
Essa ciência horrorosa da saúde total deverá logo descobrir que sexo oral faz mal, e aí, meu caro "pombinho da saúde", como você vai fazer para viver sendo perseguido pela saúde pública? Talvez, ao final, não seja muito problema para você, porque quem é muito limpinho não deve gostar mesmo dessa sujeira que é trocar fluidos e gostos por aí.

ponde.folha@uol.com.br
(Publicado na Folha de S.Paulo - 12/07/2010)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Correio Braziliense

terça-feira, 20 de julho de 2010

Reflexo

Esta matéria do CQC mostra exatamente o retrato político 'Deste País' e também de boa parte da sociedade, que elege estas figuras abissais. Como disse o deputado na matéria - 'sua bunda' - não faça na urna eleitoral o que você faz no banheiro. Dá nisso!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Adeus a uma figuraça

Morreu no último dia 12 o quadrinista Harvey Pekar, autor de American Splendor. Não o conhecia o suficiente até ver o excelente filme 'O Anti-Herói Americano' sobre a sua vida. Comprei o filme e me tornei um pequeno cultuador de suas histórias. Se você não viu esta perdendo uma pequena obra prima. No link abaixo tem o trailer.

Quadrinista Harvey Pekar morre aos 70 anos nos EUA

Deus existe?

Por Marcelo Coelho

Até mesmo uma opção resoluta pelo ateísmo pode envolver ambiguidades


QUANDO A pergunta é simples demais, o santo desconfia. A editora Planeta lançou recentemente um livro fascinante e curto (125 páginas), que, sob o título "Deus Existe?", transcreve um diálogo público entre um filósofo ateu, Paolo Flores d'Arcais, e ninguém menos do que o cardeal alemão Joseph Ratzinger.
O encontro se deu num teatro, em Roma, em fevereiro de 2000 -cinco anos antes, portanto, de Ratzinger tornar-se Bento 16.
Apesar do título do livro, a questão sobre a existência de Deus não se coloca de forma direta -e talvez seja melhor assim. O debate entre um ateu e um cardeal pode ser bem mais complexo do que sugere a pergunta. Uma formulação muito sumária, do tipo "Deus existe?", pode provocar respostas simples demais: "Sim", "não sei" ou "não".
Pessoalmente, desde criança marco a terceira alternativa. Mas até mesmo uma opção resoluta pelo ateísmo pode envolver ambiguidades. Posso dizer, por exemplo: "Não acredito que Deus exista". Ou: "Acredito que Deus não exista".
Posso, porém, observar apenas: "Quem diz que Deus existe não tem prova nenhuma do que está dizendo", e acrescentar: "Só acredito no que pode ser provado".
E, nesse momento, o bom Ratzinger já estará esfregando as mãos de contentamento apostólico. Pois é inegável que acredito em muitas coisas que não sei bem como poderiam ser provadas cientificamente. Acredito que exista uma coisa chamada beleza, por exemplo.
Se me pedirem para apontá-la, posso citar uma série de exemplos, uma série de manifestações da beleza no cotidiano; o crente pode apontar outras tantas manifestações de Deus, e ninguém provou nada com isso.
No seu diálogo com Paolo Flores d'Arcais, entretanto, Ratzinger dá um passo a mais. Certo, diz o cardeal, a existência de Deus não pode ser provada pelo "método positivo", isto é, científico. Mesmo sem ter provas, entretanto, a fé em Deus não é puramente irracional. Ao contrário, a razão está do lado dos católicos nesse caso.
Seu interlocutor resiste bravamente a esse golpe. Tolerante e ateu, Flores d'Arcais aceita que alguém simplesmente diga, como o velho teólogo Tertuliano, "acredito porque é absurdo". Ou que lembre Kierkegaard: "A fé começa justamente onde termina o pensamento".
Mas Ratzinger não quer limitar a crença em Deus aos porões sentimentais da alma. A tradição católica, diz ele, foi uma espécie de "pré-Iluminismo" contra as irracionalidades pagãs.
E a ideia de um Deus criador do céu e da Terra, prossegue, é indispensável para qualquer pessoa que preze a razão. Sem um logos, um verbo que está na origem de tudo, teríamos de admitir que o mundo, a natureza, o destino humano, não passa de fruto do acaso, não tem sentido nenhum, é puramente absurdo. Como então preservar qualquer "racionalidade" com esses pressupostos?
Num artigo incluído nessa edição, Ratzinger formula o problema com mais eloquência: "Pode a razão renunciar à prioridade do racional sobre o irracional, à existência original do logos sem abolir a si mesma?" Meu ateísmo -e meu racionalismo- respondem que sim. A medicina sabe perfeitamente que, com todos os seus avanços, não elimina o fato de que todos irão morrer. Reconhecer a "prioridade" da morte não faz com que a medicina esteja pronta a "abolir-se a si mesma"...
Flores d'Arcais não sai vitorioso, entretanto, do debate com Joseph Ratzinger. Quando se trata de defender princípios universais e inalienáveis, como os direitos humanos, nosso ateu de plantão cai na armadilha do relativismo: muitas sociedades admitiram o homicídio, a antropofagia...
Ratzinger insiste, com razão, que se muitas sociedades fizeram coisas detestáveis, isso não torna casuais, contingentes, os direitos humanos. D'Arcais também não gostaria que isso acontecesse, mas se confunde no debate.
O problema, a meu ver, teria de ser definido de outra forma. Se existem direitos universais, e se um termo como "dignidade humana" precisa ter sentido, a questão é saber como lhes dar fundamento. Mas esse fundamento, que deve ser a-histórico, absoluto, transcendente, não precisa fazer apelo ao "sobrenatural" -e negar o sobrenatural é algo que, pelo que li, não está nas cogitações de Ratzinger, com tudo o que concede às conquistas do Iluminismo.

coelhofsp@uol.com.br
(Publicado na Folha de S.Paulo - 13/01/2010)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Samuca/Correio Braziliense

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Barraco em Sorocaba

Essa é para quem não viu (eu também não tinha visto nada parecido na web até agora). Uma advogada descobre traição do marido com sua ‘melhor amiga’ e filma a cena para colocá-la na internet. A pedido dos três filhos ela retirou o vídeo do ar, não antes que a gravação fosse copiada e espalhada na rede. Pronto: o estrago estava feito.

Muito se discute sobre a invasão de privacidade na web, principalmente em redes sociais e conteúdos, como o YouTube. Simples: falta “educação digital” dos usuários. A advogada foi inocente em pensar que um vídeo desse conteúdo não seria copiado, como os que clicam em link’s desconhecidos sem noção do perigo que representam. Só se expõem quem quer!

Quanto ao conteúdo do vídeo, falar o que? A ex-amiga e seu marido eram padrinhos de um dos filhos da advogada e íam a festa e viagens juntos. Biscate é pouco...

Assista até o final!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Mais um shopping de produtos piratas é aberto na avenida Paulista

Reportagem da Bandeirantes na última segunda-feira mostrou mais um shopping de 'genéricos' aberto na Paulista. Denunciou o óbvio: é impossível abrir um estabelecimento irregular desse sem a conivência das autoridades. Ainda vem o promotor de justiça falar que isso não é determinante, pois o consumidor interessado nesses produtos também tem sua parcela de culpa. Claro, e sem a propina esse comércio se manteria? Os impostos aplicados nos produtos são poucos? A classe média e baixa ganha o suficiente para adquirir um produto original?

Enquanto o governo e as autoridades não cumprirem seus papéis os ‘genéricos’ só se multiplicarão. Daqui a pouco o templo da Daslu será comprado pelos chineses. Aliás, quantas butiques de luxo você viu envolvidas em sonegação de impostos e contrabando nos últimos meses mesmo?

sábado, 3 de julho de 2010

Fim da saga

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Volta ao normal

Brasil desclassificado e o país agora pode volta ao seu normal. Bom, nem tanto. Ano de eleições e a bizarrice vai recomeçar. Mas ainda tem uma semana pela frente de comentaristas, ex-jogadores, apresentadores, modelos e atores tentando explicar a derrota do Brasil.

Mas nesse jogo contra a Holanda quase que a campanha ‘Cala a boca Galvão’ deu certo pois era nítida a rouquidão do narrador. Também do jeito que berra. No primeiro gol do Brasil eu pensei que este homem ia ter um ataque do coração. Engraçado ele dizer no final que isso “é só um jogo de futebol”. Caramba, imagine se não fosse!
E o Neto na Bandeirantes? Passou 35 minutos do segundo tempo comentando sempre a mesma coisa: “coloca o Elano, Elano, Elano, Elano...”

Agora parece que os nossos saquinhos vão desinchar um pouco. Mas preparem-se! 2014 vem aí! Segurem suas carteiras, escondam suas economias porque políticos e empreiteiros já estão escalando seus times.

domingo, 27 de junho de 2010

Ele esta de volta!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Em defesa do Dunga

Muitos criticam as atitudes do técnico Dunga. Ele pode ser antipático, resmungão, impaciente e teimoso. É a personalidade dele. Mas incoerente ele não é. A recente briga dele com a Rede Globo revela muito mais do que a imprensa não mostra nesta insana cobertura da Copa do Mundo. Não é de hoje que a Globo monopoliza certas coberturas jornalísticas, sejam esportivas ou não. A festa de exclusivas com jogadores, comissão técnica, treinador e até com o gramado e a bola (se falassem) é de torrar nossos saquinhos.

Como acontece hoje, onde o espirro, tosse e flatulência de um jogador são motivos para debates acalorados entre figuras da TV tão díspares que até quem comenta somente casos policiais, moda ou novela viraram especialistas em futebol.
A Bandeirantes e a Globo, em especial, detentora dos direitos de transmissão, mantém uma cobertura extensiva, massacrante e repetitiva justamente para manter o interesse do público no esporte. É a chamada ‘fidelização da audiência’ onde o costume de venerar o futebol não pode ser esvaziado. Sem público e com uma baixa audiência o poder de barganha com os anunciantes é prejudicado. Resultado: menos dinheiro no bolso das emissoras.

Dunga sabe disso e o espetáculo que a Globo faz com os jogadores, além de dispersar a atenção de um atleta, que deve ser direcionada ao seu desempenho, indiretamente enriquece seus cofres às custas de suas personalidades e talentos.
Já comentei em um post anterior a desonesta mania da Globo em passar na frente de todo mundo em uma coletiva, um claro desrespeito aos colegas de outras emissoras.

Não tenha dúvida que o Dunga será massacrado, afinal mexeu com a emissora que se considerava o quarto poder. A Globo vem com o papo de liberdade de imprensa, que o telespectador tem direito à informação. Uma coisa é fazer jornalismo, outra é fazer fofoca e sensacionalismo.

Finalmente alguém teve peito de encarar essa hegemonia. E a Record vem aí!

E para não levar tudo muito a sério, um vídeo que esta circulando na rede. Nesta época de Copa lembrar desse filme foi uma boa pedida! Vou na locadora...

terça-feira, 8 de junho de 2010

No país da Copa

Este é o presidente do país anfitrião da Copa do Mundo. A prática é comum em muitos países africanos e do Oriente Médio.
Além disso, o 'Ricardão' sumiu do mapa! Quem viu o filme 'O Último Rei da Escócia' sabe do que estou falando.


Após traição, mulher de líder sul-africano é expulsa de casa

Uma das mulheres do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, o teria traído com seu guarda-costas, notícia que foi saudada ontem por feministas de todo o país como sendo uma merecida vingança contra ele.
Nompumelelo Ntuli, a segunda mulher do presidente, assumidamente polígamo, teria sido expulsa da casa da família no Natal passado por ter "desonrado" Zuma, segundo reportagem publicada pelo jornal "Ilanga".
A Presidência sul-africana, em um comunicado, negou as informações e protestou contra o que considerou uma invasão da privacidade de Zuma.
"Os relatos aparentam ser parte de uma campanha maliciosa permanente para minar o direito do presidente e de sua família à privacidade e à dignidade", diz o texto.
"O presidente Zuma continua a se dedicar a questões de Estado e não se desviará de suas funções. Ele não dignificará tal fofoca com uma resposta", concluiu o comunicado. A mulher do presidente não se manifestou sobre a notícia.
Apimentando ainda mais a história, o suposto amante de Ntuli, o guarda-costas Phinda Thomo, morreu pouco tempo após o presidente ter descoberto o caso. Não foi divulgado quando e em que circunstâncias isso ocorreu.
Ainda segundo o jornal, publicado na língua zulu e baseado em Durban, o caso vem sendo abafado pelo presidente, tanto que a suposta traidora o está acompanhando numa visita oficial à Índia.
O presidente tem 20 filhos, de diversos casamentos. Ele tem três mulheres, uma namorada e um número não conhecido de amantes.
No início do ano, foi descoberto um filho dele fora dos vários casamentos, o que gerou protestos políticos, inclusive de aliados.
Zuma estaria dando mau exemplo ao praticar sexo sem proteção num país em que 18% da população adulta tem o vírus da Aids.
Na África do Sul, a poligamia é um direito reconhecido na Constituição, com base no respeito a costumes tradicionais africanos. Zuma é um zulu, grupo étnico no qual a prática é disseminada.
Não há limite de número mulheres por homem, mas cada uma tem direito a uma parcela dos bens do marido ao se casar. Por isso, muitos homens poligâmicos decidem também ter amantes.
FÁBIO ZANINI (Folha de S.Paulo)
DE JOHANNESBURGO

terça-feira, 1 de junho de 2010

A lei antifumo na prainha dos charuteiros

Outro artigo interessante que guardei, desta vez sobre a lei antifumo, que já completou um ano. É antigo, mas não perdeu sua validade.

A lei antifumo na prainha dos charuteiros
Por Caio Modestino

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Veja os piores sites em flash do mundo

Esta matéria estava guardada há quase um ano nos meus e-mails e como estou 'limpando e filtrando' assuntos relevantes ou não de minha caixa postal vou publicar aqui neste blog, agora reformulado mas ainda não terminado, coisas interessantes como a matéria abaixo. Alguns sites não são tão ruins assim, mas pecam pelo exagero.

Veja os piores sites em flash do mundo

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Copa dos goles

E como prometido ontem reproduzo um artigo de Ruy Castro que evidencia bem o grau de hipocrisia da sociedade.

RUY CASTRO

A Copa dos goles
RIO DE JANEIRO - Um tradicional festival de jazz -música que só interessa a adultos, e, mesmo assim, a uma fração deles- deixou de existir no Brasil há alguns anos porque não podia ser patrocinado por uma marca de cigarros. Já a seleção brasileira, que estará onipresente nos lares brasileiros dentro de três semanas, pode ser patrocinada por uma bebida alcoólica.
A dita bebida, uma cerveja, tomará o país em dimensões nunca vistas e por todas as mídias existentes, incluindo publicidade estática, indução subliminar e telepatia. Uma rima pobre -"brahmeiro", "guerreiro"-, pespegada aos jogadores, será o mote de milhões de crianças enquanto durar a Copa do Mundo, enfatizando, inclusive para os pais, a "naturalidade" do consumo de cerveja desde tenra idade.
Quinze por cento desses milhões desenvolverão alcoolismo dentro de dez anos. E, embora estejamos falando de futebol, isso não é um chute. É apenas a porcentagem de pessoas que desenvolvem a doença num universo humano com acesso livre a bebidas alcoólicas, o que sói ser o caso do Brasil. Não por acaso, esse é também o número estimado de alcoólatras no país: 28,5 milhões -15 % da população.
A ideia de que a cerveja não é uma bebida alcoólica -e, daí, apropriada a patrocinar atletas- tem espantosa circulação entre nós. Não há força capaz de sequer enquadrar sua publicidade em certos horários, como conseguiram com o cigarro (este banido de todos os veículos) e com as outras bebidas.
O patriota Dunga -aliás, um dos "brahmeiros" oficiais da campanha- não faz questão de que gostem dele, mas de que "gostem do Brasil". Pois saiba Dunga que, seja ou não o seu time campeão, o legado histórico da Copa de 2010 para o nosso futuro será medido não em gols, mas em goles. Muito apropriado para uma Copa dos copos.
(Fonte: Folha de S.Paulo - 17/05/10)

Velha guerra

Sobre o comentário do post anterior sobre a ação diferenciada de marketing da Heineken o amigo Guilherme tem razão quando o uso de uma cultura dita ‘erudita’ é confrontada com o ‘popular’ como o futebol é conhecido. Digamos que no Brasil esta ação teria sido mais ‘realista’. Mas ao ver o case e imaginar, pela reação e fisionomia de alguns personagens, acho que a escolha da platéia foi bem seleta. Mesmo em países europeus onde a cultura erudita é levada um pouco mais a sério o público de futebol é igual ou tão mais fanático que no Brasil e o seu perfil, machista e individualista, não difere em nada no sujeito que pega um jornal nacional de grande circulação com uma manchete importante na capa e o primeiro e único caderno que lê é o de esportes.
Seria o mesmo que pedir ao fã de Godard ou Truffaut assistir pressionado ao último filme da série Crepúsculo e após a sessão fazer uma ‘paradinha’ no McDonalds. É o velho embate entre o bem e o mal.
Mas realmente não deixa de ser uma perpetuação de preconceitos, uma especialidade de grande parte da publicidade. Vende-se a custa da depreciação de outros setores da sociedade.

domingo, 23 de maio de 2010

Marketing certeiro

Essa eu recebi por e-mail e achei a idéia fantástica. Mas terei observações a fazer sobre patrocínio de cerveja no esporte, mas isso amanhã. Como ação de marketing, foi uma excelente idéia.

A Heineken, patrocinadora da Liga dos Campeões, armou uma pegadinha com os fãs de futebol. A empresa contou com a ajuda de cem namoradas, 50 professores e alguns chefes para "convidar" mais de mil torcedores a comparecerem a um concerto de música erudita na mesma hora do clássico Real Madrid x Milan, válido pelas semifinais da competição interclubes da Europa.

Depois de 15 entediantes minutos para a audiência, o telão do auditório mostrou a mensagem: "Difícil dizer não para seu chefe, não é? ...e para sua namorada? ... e para a partida?", seguido pelo hino da Liga dos Campeões. A reação das 1.136 vítimas foi transmitida ao vivo por uma rede de TV italiana e acompanhada por mais de 1,5 milhão de pessoas.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Brasil esta pronto

É a minha impressão perante o acordo nuclear entre Irã, Brasil e Turquia assinado esta semana. Faltando seis meses para acabar o seu mandato, o presidente Lula aproveita o restante de seu cargo para se intrometer em assuntos que pouco ou nada tem a ver com o Brasil. O acordo, positivo ou não, e ao que parece o Irã pode cancelá-lo devido ao risco de novas sanções, a experiência diplomática me parece uma tentativa política de nosso popular governante de pleitear a secretaria geral da ONU ou até mesmo um prêmio Nobel da Paz.

Enquanto isso deixa a impressão que seu trabalho no Brasil já esta feito. Não há mais problemas a serem resolvidos. Vamos ver qual será a próxima ação de ‘nosso herói’. O cartunista Angeli ja nos deu uma pista...

Charge da Folha de SP (19.05.10)

domingo, 16 de maio de 2010

Calculadora mostra quanto você ganha por dia e por hora de trabalho

Você pode fazer a conta sobre o salário bruto ou líquido. Clique aqui.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ainda quer levar a sério?

Quando vi pela primeira vez que a polícia vai usar armas não letais (que dão choque ou lançam dardos elétricos que paralisam a pessoa) para combater certos delitos não tive dúvida. Elas serão ‘instrumentos de trabalho’ também de bandidos. E foi mais rápido do que previ. Na última semana a imprensa noticiou a venda desses equipamentos em lojas do centro de São Paulo e na Internet.
Preparem-se!
E você ainda acredita na seriedade deste país?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

De pecados e crimes

ROSELI FISCHMANN
ESPECIAL PARA A FOLHA

O noticiário sobre pedofilia, atingindo religiosos da Igreja Católica, inclusive da alta hierarquia, traz tantos dados que chocam, que o Vaticano publicou editorial atacando a imprensa internacional por cumprir seu papel, qual seja, o de informar. Acostumada a tratamento diferenciado, muitas vezes privilegiado, por parte da mídia, com desvantagem para os demais grupos religiosos, a hierarquia católica reage de forma hostil à impossibilidade que teve a imprensa de postar-se como cúmplice de crimes inaceitáveis, por omissão.
É certo que as relações das religiões com os poderes terrenos são assunto delicado e polêmico. Investidos de aura suprahumana, para os que crêem neste ou naquele culto, com facilidade pode ocorrer de buscarem transbordar, para o plano meramente político, o poder espiritual que lhes é atribuído pela religião, como instituição humana.
Decorre daí a facilidade de, em nome da divindade, fazer acordos internacionais (como a concordata com a Santa Sé a que se curvaram políticos do Brasil), desenvolver articulações políticas e facilmente ganhar espaço, onde outros dependem do voto e da legitimidade. O uso do poder espiritual para obter benesses humanas é tanto mais perigoso, quanto mais confunde argumentos que invocam caridade, para alcançar privilégios materiais, suprimindo direitos de outros.
Ao potencializar o poder espiritual pela união ao poder político, mera e complexamente humano, a expectativa é de reunir os benefícios das duas esferas. Engendrada nas altas hierarquias, repercute em outros níveis de forma imprevisível. Enquanto alguns religiosos tomam o compromisso de defesa dos direitos, outros enveredam por caminho oposto. Copiando a má prática humana na política, esperam a máxima visibilidade dos méritos e a completa impunidade dos erros. Quando ocorre alguma "escorregada", que em outros seres humanos, "comuns", será chamado de crime, considera-se "natural" a invisibilização e o silêncio, garantindo a impunidade, pelo desconhecimento público.
Vale lembrar que a Igreja Católica, por sua associação milenar, desde Constantino, ao poder terreno, tem digerido mal a independência e autonomia laica dos Estados em relação aos cultos, processo fortalecido a partir da Revolução Francesa - e conseqüentemente, digere mal a autonomia da cidadania e a soberania do Estado.
Por ser instituição burocratizada altamente complexa, a diversidade interna da Igreja Católica lhe permite um portfólio de exemplos de religiosos com atuação religiosa e social impecável, para contrapor aos abusos agora denunciados. O reconhecimento do drama vivido pelas vítimas, mesmo a indenização pecuniária, nada retira do caráter irreversível do dano causado a quem sofreu a violência sexual, em particular sendo criança, que perdeu o direito à inocência, pela ação de quem supunha ser seu guia. O uso da autoridade como forma privilegiada de cometer o abuso é aviltante para as relações de autoridade e para o próprio sentido educativo dessas relações.
A lentidão em reconhecer os casos de abuso e pedofilia, em diferentes países, como o Brasil, é a outra face da moeda, que credita à Igreja Católica o poder de a tudo julgar e tudo determinar na vida humana, inclusive interferindo em políticas públicas. É o caso das pressões sobre o 3º PNDH, para os temas de retirada dos símbolos religiosos de estabelecimentos públicos, reconhecimento da autonomia das mulheres, em caso de aborto, e das uniões homoafetivas, incluindo adoção de filhos. Ignora que seus fiéis, se convictos, não serão obrigados a coisa alguma que contrarie sua doutrina, por uma lei que se proponha como possibilidade.
Porque a lógica do interesse público precisa pautar-se por atender a toda a cidadania, sem discriminação, cabendo às denominações religiosas convencer seus membros a que atendam as determinações morais que pregam, definindo o que é pecado, e não ao Estado, que lida apenas com o que é crime. Quem for convicto seguirá os ditames da religião sem titubear, ainda que as leis ofereçam possibilidades a si vetadas pelas normas religiosas. Se uma denominação religiosa proíbe o álcool, não será a existência de bares que convencerá o seu adepto a provar da bebida.
Ao tomar conhecimento de infratores em suas fileiras, e imediatamente encobri-los, o que o Vaticano reitera é sua disposição de ser soberano por sobre a ordem humana, que é plural do ponto de vista religioso e de consciência, mesmo quando os atos cometidos - pecados ou não - são terrível e simplesmente enquadráveis como possíveis crimes, cabendo, pois, ao Estado investigar e julgar, de forma pública e transparente, o que apenas engrandecerá a instituição religiosa por abrir-se com coragem, prevenindo semelhantes situações.


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ROSELI FISCHMANN é professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da USP, coordena o Núcleo de Educação em Direitos Humanos da Faculdade de Humanidades e Direito da Universidade Metodista de São Paulo. Publicou, entre outros, o livro "Estado Laico" (Memorial da América Latina).
Fonte: Folha de S.Paulo - 29/03/2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mandic 20 anos

Foto: André Dusicska

Aleksandar Mandic é um dos pioneiros da Internet no Brasil e lá se vão 20 anos desde o seu famoso BBS, a criação do IG e atualmente com um diferenciado serviço de e-mail.

Fui um dos convidados de sua festa de 20 anos na mercearia São Roque no Jockey Club, no dia 20, véspera de feriado. Realmente não esperava tanta gente! Ambiente lotado e a falta de ar condicionado ajudou a ‘esquentar a festa’ literalmente.

Fora alguns nerds (eles se proliferam como gremlins) que mesmo em uma festa não deixam de twittar, foi uma comemoração prestigiosa.

O blogueiro aqui, um pouco tímido e avesso ao calor preferiu ficar boa parte da festa ao relento.

Foto: André Dusicska

Divulgação

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sobre a crença e a ciência

Respeito os que creem. A ciência não tem agenda contra a religião


Marcelo Gleiser

A pergunta que mais me fazem quando dou palestras, ou mesmo quando me mandam e-mails, é se acredito em Deus. Quando respondo que não acredito, vejo um ar de confusão, às vezes até de medo, no rosto da pessoa: "Mas como o senhor consegue dormir à noite?".
Não há nada de estranho em perguntar a um cientista sobre suas crenças. Afinal, ao seguirmos a velha rixa entre a ciência e a religião, vemos que, à medida em que a ciência foi progredindo, foi também ameaçando a presença de Deus no mundo. Mesmo o grande Newton via um papel essencial para Deus na natureza: Ele interferia para manter o cosmo em xeque, de modo que os planetas não desenvolvessem instabilidades e acabassem todos amontoados no centro, junto ao Sol. Porém, logo ficou claro que esse Deus era desnecessário, que a natureza podia cuidar de si mesma. O Deus que interferia no mundo transformou-se no Deus criador: após criar o mundo, deixou-o à mercê de suas leis.
Mas, nesse caso, o que seria de Deus? Se essa tendência continuasse, a ciência tornaria Deus desnecessário?
Foi dessa tensão que surgiu a crença de que a agenda da ciência é roubar Deus das pessoas. Um número espantoso de pessoas acha mesmo que esse é o objetivo dos cientistas, acabar com a crença de todo mundo. Os livros de Richard Dawkins e outros cientistas ateus militantes, que acusam os que creem de viverem num estado de delírio permanente, não ajudam em nada a situação. Mas será isso mesmo o que a ciência pretende? Será que esses fundamentalistas ateus falam por todos os cientistas?
De modo algum. Eu conheço muitos cientistas religiosos, que não veem qualquer conflito entre a sua ciência e a sua crença. Para eles, quanto mais entendem o Universo, mais admiram a obra do seu Deus. (São vários.) Mesmo que essa não seja a minha posição, respeito os que creem. A ciência não tem uma agenda contra a religião. Ela se propõe simplesmente a interpretar a natureza, expandindo nosso conhecimento do mundo natural. Sua missão é aliviar o sofrimento humano, aumentando o conforto das pessoas, desenvolvendo técnicas de produção avançadas, ajudando no combate às doenças. O "resto", a bagagem humana que acompanha e inspira o conhecimento (e que às vezes o atravanca), não vem da ciência como corpo de saber, mas dos homens e das mulheres que se dedicam ao seu estudo.
É óbvio que, como já afirmava Einstein, crer num Deus que interfere nos afazeres humanos é incompatível com a visão da ciência de que a natureza procede de acordo com leis que, bem ou mal, podemos compreender. O problema se torna sério quando a religião se propõe a explicar fenômenos naturais; dizer que o mundo tem menos de 7.000 anos ou que somos descendentes diretos de Adão e Eva, que, por sua vez, foram criados por Deus, é equivalente a viver no século 16 ou antes disso. A insistência em negar os avanços e as descobertas da ciência é, francamente, inaceitável. Por exemplo, um número enorme de pessoas se recusa a aceitar que o homem pousou na Lua. Quando ouço isso, fico horrorizado. Esse feito, como tantos outros, deveria ser celebrado como um dos marcos da civilização, motivo de orgulho para todos nós.
Podemos dizer que existem dois tipos de pessoa: os naturalistas e os sobrenaturalistas. Os sobrenaturalistas veem forças ocultas por trás dos afazeres dos homens, vivendo escravizados por medos apocalípticos e crenças inexplicáveis. Os naturalistas aceitam que nunca teremos todas as respostas.
Mas, em vez de temer o desconhecido, abraçam essa ignorância como um desafio e não uma prisão. É por isso que eu durmo bem à noite.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do livro "Criação Imperfeita"
(Fonte: Folha de S.Paulo)

terça-feira, 30 de março de 2010

E se...

A segunda corrida da Fórmula Indy da temporada 2010, que era para acontecer no último domingo (28) em St Petersburg, foi adiada para segunda-feira (29) devido a forte chuva nos Estados Unidos. O piloto australiano Will Power cruzou em primeiro a linha de chegada.

Não custa perguntar: e se tivesse que adiar a corrida de abertura da temporada aqui em São Paulo? Você já imaginou como ficaria a cidade em plena segundona? Melhor começar a bater na madeira agora para o ano que vem...

quinta-feira, 25 de março de 2010

E falando nisso...

Ah ah ah, esse cara merece um troféu. Conseguiu estragar duas vezes o link do Jornal Nacional em frente ao Fórum de Santana. Ele realmente demonstrou que tudo não passa de um picadeiro!

Engraçadinho se exibe em matéria do "JN"

"Palhaço do circo Isabella" ataca Globo de novo

O circo se armou

Quem disse que os espetáculos circenses estão em extinção? Instalou-se mais um, desta vez em frente ao Fórum de Santana, cuja principal atração é o casal Nardoni. Intervenções jornalísticas relatam pessoas que deixam seus empregos para acampar em frente ao Fórum, jurados que tossiram, choraram, comeram um lanche de atum, acusado que coça o nariz entre outros invadem o noticiário. Que tal deixarmos por conta da Justiça e esperarmos a conclusão do julgamento?

E você, que tal parar de ver TV aberta, tirar a poeira do seu aparelho de DVD e alugar os seguintes filmes?



- A Montanha dos Sete Abutres (Ace in the Hole, EUA,1951), direção de Billy Wilder, com Kirk Douglas, Jan Sterling , Robert Arthur






- O Quarto Poder (Mad City, EUA, 1997), direção de Costa-Gravas, com Dustin Hoffman , John Travolta, Alan Alda

terça-feira, 23 de março de 2010

Angeli/Folha de S.Paulo

segunda-feira, 22 de março de 2010

Buffett, 3º mais rico do mundo, posa de Axl Rose em vídeo de seguradora

Warren Buffett, 79, o terceiro homem mais rico do mundo segundo o ranking da "Forbes", virou motivo de piada nesta semana, nos EUA. Travestido de Axl Rose, o investidor aparece em um vídeo de mais de dois minutos cantando uma música dedicada aos usuários de sua empresa de seguros, Geico.

quinta-feira, 18 de março de 2010

E viva o Gordo!

Ronaldo com fome de bola, bolo, lasanha, pizza...

FOME DE FENÔMENO
No voo da Gol que levou o time do Corinthians a Bogotá, na semana passada, o atacante Ronaldo reclamou do sanduíche oferecido pela companhia, dizendo que a porção era uma "miséria". Bem nessa hora, uma aeromoça passou pelo Fenômeno com uma lasanha na mão, que era para o piloto. O jogador, então, fez uma oferta: "Te pago cem reais para você deixar essa lasanha aqui". Ela recusou.
Folha de S.Paulo - Ilustrada - 17.03.10

Grande charge

(Fonte: Folha de S.Paulo)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Glauco

Mais uma lamentável tragédia ocorreu devido à estúpida violência. O cartunista Glauco e seu filho foram mortos em sua residência durante um assalto ontem a noite. Veja matéria aqui.

O que dizer diante desta desgraça? Toda uma história, trabalho e dedicação levados de forma imbecil por causa de dois 'nóias' armados.

Os 'Direitos Humanos' deverão se pronunciar sobre este caso?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Guerreiros e zuzus

RUY CASTRO

RIO DE JANEIRO - O que é mais "imoral" na TV? A socialite Paris Hilton se esfregando numa garrafa de cerveja ou o treinador da seleção brasileira, Dunga, batendo no peito e se dizendo "brahmeiro"? A meu ver, Dunga. Mas Paris Hilton é que foi censurada.
Você dirá que, no comercial, Dunga não fala brahmeiro, e sim guerreiro. Mas, passados os tambores representando a batida no peito, ouve-se o locutor dizendo brahmeiro. A associação é clara: Dunga é guerreiro porque é brahmeiro. É mais claro do que imaginar que Paris Hilton esteja cometendo sexo. Aliás, ela não parece mais devassa do que tantas modelos brasileiras em outros comerciais, inclusive de iogurte.
Não sei se o comercial de Paris Hilton, antes de ser evaporado, era exibido durante o dia. Mas o de Dunga passa a toda hora entre desenhos animados e jogos de futebol, ao alcance de criancinhas mamíferas, garantindo os bebuns de amanhã. De novo as companhias de cerveja impõem a ideia de que cerveja não é bebida alcoólica, embora o próprio Ministério da Saúde acuse que nossos garotos começam a bebê-la cada vez mais cedo e já existam casos frequentes de alcoolismo aos 12 anos.
O Brasil, um dos países mais permissivos do mundo, não se deixaria abalar pela lascívia de uma perua estrangeira, tendo abundante oferta de matéria-prima nacional. Mas a ligeireza com que se tratam questões de saúde pública vive nos apresentando a conta. A escalada do crack, por exemplo, foi prevista há 15 anos e passou em branco por vários ministros da Saúde, alguns dos quais concentrados em sua ideia fixa de perseguir tabagistas.
Quero ver se Dunga continuará tão satisfeito de ser "brahmeiro" se, na Copa, algum jogador se exceder num dia de folga e voltar zuzu para a concentração, batendo no peito e se dizendo "guerreiro".
(Fonte: Folha de S.Paulo 08/03/2010)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Taxímetro

E reiterando o post abaixo, deu na coluna da Mônica Bergamo, na Folha, quarta-feira:

TAXÍMETRO
A suspensão da campanha original da Devassa foi festejada internamente pelos donos da cerveja. A polêmica está gerando alguns milhões de mídia espontânea para a marca -algo bem superior aos gastos, por exemplo, com o cachê de Paris Hilton, estrela dos anúncios. A socialite americana recebeu cerca de US$ 600 mil por 16 horas de trabalho. Oito delas foram gastas nas filmagens do comercial da bebida, nos EUA. As demais foram distribuídas entre o tempo de entrevistas com jornalistas, a aparição no Sambódromo do Rio e numa festa no sábado de Carnaval.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Censura devassa

A proibição da campanha da nova cerveja 'Devassa Bem Loura' mostra bem o sentimento de certos setores da sociedade.

É uma ironia e, de fato, hipocrisia, proibir uma propaganda dessa logo após o ‘festival de luxúrias’ que foi o Carnaval, as peladas de programas humorísticos, Big Brothers, fazendas e novelas no horário nobre.

Até nos Estados Unidos perguntaram se "Paris Hilton seria sexy demais para o Brasil".

Boa pergunta. Diante de todos os rebolations, funks e axés que assolam nossos ouvidos e se deparam com crianças ainda na mamadeira querendo dançar em sintonia às dançarinas ‘comportadas’ desses grupos, Paris Hilton é noviça. Há excesso de ‘devassas’ na mídia e na sociedade.

Se o ‘apelo sensual’, como acusam os censuradores, é prejudicial aos jovens e induz ao consumo de álcool então grande parte das propagandas de cervejas sairiam do ar. É só prestar atenção (desculpe, eu sei que é uma tortura ver TV aberta mas só desta vez).


Há, ainda, os que frenquentam suas missas e entre seus pares crucificam comportamentos imorais da sociedade como traição, imagens eróticas, palavras de baixo calão, promiscuidade e apelos sensuais aos jovens. Mas ao chegar em casa não pensam duas vezes em sintonizar na novela favorita e na próxima votação do reality show preferido. E sabe-se muito bem o que acontece nesses programas. Fora os que cometem sem culpa seus pecados cotidianos.

Enquanto se toleram algumas coisas e outras não fica difícil definir um critério e ter uma razão diante de uma censura tão sem sentido no país onde o "esterco cultural", como disse o ministro, é fabricado em casa.

Quem sai ganhando é a cervejaria Schincariol que conseguiu muito mais publicidade do que o investido na campanha.

Preconceito é no conceito

Há cerca de duas décadas as mulheres tem conquistado o mercado de trabalho. Esta evidente não só em pesquisas como no nosso convívio profissional e pessoal. Ainda há muito o que melhorar, como nas diferenças salariais entre os sexos. Mas é preciso ter cuidado. O número de mulheres em altos cargos cresce e já há muitas sustentando sozinhas suas famílias. No mercado, especificamente na minha área, comprovo que há uma preferência pelo sexo feminino. É só entrar em uma redação de jornal.
Inversão de papéis? Quase lá. De repente as políticas públicas terão que mudar de sexo.

Isso deixou evidente uma impressão: o comportamento do ser humano é igual, tirando algumas exceções, para o bem e para o mal. O movimento feminista nos anos 60 reivindicou seus direitos civis, trabalho, liberdade e fim do preconceito.

Com algumas conquistas certas mulheres deveriam ter o mínimo de respeito pelo seu corpo e inteligência e ter um comportamento diferente do que tanto fora criticado nos homens durante anos. Mas o que se vê no ambiente de trabalho, nas escolas, universidades e principalmente nos bares e restaurantes é justamente o contrário.

Grupos musicais, participantes de reality shows, pseudo modelos-atrizes-jornalistas que saem nuas em revistas, ensaios na internet, ‘camisas molhadas’ de times de futebol enfim, qual é a motivação de tanta exposição? Elas participam por livre e e$pontânea pre$$ão?

Qual será o sentimento das mulheres daqueles tempos? Foi para isso que lutaram?

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Brasileiro reclama de quê, afinal?

O BRASILEIRO É ASSIM...

- Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
- Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
- Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
- Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.
- Fala no celular enquanto dirige.
- Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
- Pára em filas duplas, triplas em frente as escolas
- Viola a lei do silêncio.
- Dirige após consumir bebida alcoólica.
- Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
- Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.
- Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
- Faz gato de luz, de água e de tv a cabo.
- Deixa rastro de lixo na rua e reclama que a prefeitura não varre.
- Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
- Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto
- Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
- Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota de 20.
- Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
- Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
- Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
- Compra produto piratas com a plena consciência de que são piratas.
- Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
- Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
- Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA
- Freqüenta os caça-níqueis e fazem uma fezinha no jogo de bicho.
- Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.
- Comercializa os vales transportes e vale refeição que recebe das empresas onde trabalha.
- (Em breve vai usar o vale cultura para comprar DVD pirata.)
- Falsifica tudo, tudo mesmo.. só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado...
- Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o policial pergunta o que traz na bagagem...
- Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E querem que os políticos sejam honestos....
Estes políticos saíram do meio desse mesmo povo... ou não ?

Brasileiro reclama de quê, afinal?

(Texto que circula pela Web. Autor desconhecido)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vênus de Millo atual


Capa polêmica da revista alemã Focus publicada ontem sobre a crise econômica na Grécia. Aliás você já viu uma revista parecida em alguma banca por aqui? Pois é, nada se cria...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O mesmo personagem

O artigo de Fernando de Barros e Silva publicado na Folha hoje retrata exatamente o mesmo estilo de retórica do ministro Marco Aurélio Garcia, comentado no post de 18/02.

Dirceubrás

FERNANDO DE BARROS E SILVA

SÃO PAULO - José Dirceu tem um blog -o "blog do Zé". Ele o define como "um espaço para a discussão do Brasil". Discutindo o Brasil como quem não quer nada, Dirceu escreveu o seguinte: "Do ponto de vista econômico, faz sentido o governo defender a reincorporação, pela Eletrobrás, dos ativos da Eletronet, uma rede de 16 mil quilômetros de fibras óticas" etc. etc. etc.
Este é um assunto caro a Dirceu. Seu primeiro post sobre o tema é de março de 2007. Por coincidência, o mesmo mês em que o empresário Nelson Santos contratou seus serviços de consultoria. Ficamos sabendo disso só ontem, pela reportagem de Marcio Aith e Julio Wiziack.
Em 2005, Nelson Santos, dono da "offshore" Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens, havia comprado pelo valor simbólico de R$ 1 a participação em uma empresa à época falida -a Eletronet. Entre 2007 e 2009, o empresário pagou a Dirceu R$ 620 mil por consultorias. Se a Telebrás for reativada, como anuncia o governo, o mesmo bidu que desembolsou R$ 1 pela Eletronet pode sair dela com R$ 200 milhões. Diante disso, o que Santos gastou com Dirceu é fichinha -ou não?
O ex-ministro da Casa Civil de Lula diz que a consultoria versava sobre os "rumos da economia na América Latina". Sabemos que Dirceu não mente. Usou na vida várias máscaras, mas a palavra é uma só.
O homem de negócios e o revolucionário convivem numa boa na pessoa de Zé Dirceu. O capitalismo de Estado e os interesses privados nele se acomodam harmonicamente. Ele é o "bolchebusiness" perfeito. Não há contradições insolúveis no horizonte de um democrata que se mira em Cuba ou de um socialista que topa tudo por dinheiro.
Durante o congresso do PT, vários oradores usaram o microfone para inflamar os companheiros contra o fantasma do "modelo neoliberal". Ninguém lembrou de levantar a voz contra o "modelo neopatrimonialista". Pelo contrário. De óculos escuros, o neopatrimonialismo em pessoa circulava sorridente entre petistas, posando para fotos como um verdadeiro popstar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Reiterando...

Já que estamos falando de lixo veiculado pela TV a cabo, existe algo pior do que a propaganda política na TV e no rádio? Preparem-se pois este ano vocês terão 'um banho de civilidade e cultura' diante das manifestações políticas em virtude das eleições.
Manifestações as quais o próprio ministro que criticou o 'lixo cultural' será um dos autores e coordenadores. Pelo seu grau de intelectualidade e elevado conhecimento gastronômico esperamos um alto nível.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Discurso hipócrita e batido

As declarações do assessor internacional do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, que chamou a programação da TV a cabo de ‘lixo cultural’ é mais um arroubo pseudo-esquerdista hipócrita de gente que ainda acredita nesta besteira de ‘dominação ianque frente a uma cultura subdesenvolvida e terceiro-mundista’.
“Despejam todo esses esterco cultural. A emergência desse lixo cultural nos deixou numa situação grave”, disse Garcia.

Quem vê este senhor proferindo este discurso ‘em defesa da hegemonia nacional e dos interesses sociais da camada menos favorecida da população’ imagina que ele circula humildemente entre o povo, frequenta lugares comuns e sempre esta disponível a ajudar ao próximo.

Mas boa parte da cúpula petista gosta dos melhores hotéis e restaurantes do Brasil e do mundo. Marco Aurélio gosta de frequentar o restaurante Gero, do grupo Fasano, um dos mais luxuosos e caros de São Paulo.

Bruschetas de queijo brie, alcachofra, mussarela de búfala, risoto al erbe com ragu de cordeiro e para acompanhar um vinho Barbera d'Asti Tarberen, 2006, da família Icardi, do Piemonte. Este foi o cardápio sugerido por Garcia durante sua entrevista para o jornal Valor Econômico, no dia 11 de dezembro de 2009.
Não sou entendido nestes pratos (o que é al erbe e ragu?). Vinho muito menos... Apenas peguei as informações do jornal. Desculpe a minha ignorância.

Mas o que isso tem de errado? Nada demais. Não é nenhum ato ilícito, mas eu acho muito contraditório quando alguém profere um discurso que deixa claro sua ‘tendência esquerdista-social’ e, ao mesmo tempo, degusta dos melhores prazeres e lugares (imagino que a comida deve ser realmente boa).

Não há a obrigação de voto de pobreza no PT, nem ninguém pede isso. Mas como José Dirceu, Palocci e a turma toda parecem ter a preocupação social na ponta da língua imagina-se diferente. Eu realmente acredito que eles preferem manter distância de gente pobre ou menos ‘abonada’. Tente encontrar um desses no seu restaurante ou boteco preferido. Depois me chame. Terei o prazer de sentar na mesma mesa. Mas avise se o lugar é barato ou não, ta bom?

Montagem com fotos de Andre Dusek/AE e Divulgação

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Esterco, go home!

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

Não há dúvida de que a indústria cultural desempenhou seu papel na ascensão dos Estados Unidos a potência mundial durante o século 20. Cinema, música, história em quadrinhos, pipoca e hambúrguer também foram artífices da "hegemonia" norte-americana.
Mas, se é tolice tentar negar a existência de laços entre cultura e poder, aproxima-se da burrice traduzir essa relação nos termos estreitos e datados do esquerdismo latino-americano, esquemático e antiamericanista, ainda professado, ao que parece, pelo assessor presidencial Marco Aurélio Garcia.
No discurso do sábio palaciano não há lugar para dialética e sutilezas. Tudo se move segundo o maniqueísmo pueril e ao mesmo tempo brutal do marxismo vulgar.
O culpado pelo atraso histórico do continente é o êxito dos americanos. O mal é o imperialismo ianque, que exerce sobre nós seu "processo de dominação". Algo assim: Rambo enfia o cano de sua metralhadora na orelha do Jeca Tatu e o obriga a dançar um rock.
O que emerge da conversa de Garcia é uma concepção estanque de culturas nacionais, que deveriam ser protegidas por muralhas para não se deixarem conspurcar pelo esterco alheio. Esterco, go home!
Parece não ocorrer ao nosso Policarpo Quaresma do Planalto que a cultura norte-americana, aliás de maneira análoga à brasileira, é em grande medida caudatária da europeia e forjou-se num complexo e rico processo de interação e entrechoques de nacionalidades e etnias -no qual, aliás, teve relevância a contribuição africana.
Sem os negros não haveria o jazz, aquela música perigosa que Hollywood adotou e ajudou a difundir pelo mundo.
E o que fez o jazz em seu "processo de dominação" sobre a cultura brasileira? Acabou com o nosso glorioso samba? Ora, Pixinguinha já era jazz. E a bossa nova, que terminou virando marca e orgulho nacional, não existiria sem a dialética do samba com o esterco jazzístico ianque. Oswald de Andrade, que também teve seu sarampo stalinista, já havia apontado: não precisamos ter medo, não somos indefesos, somos antropófagos.
Mas talvez Garcia, lembrando Sebá, o último exilado brasileiro (tipo criado em outros tempos por Jô Soares), ainda considere Tom Jobim e João Gilberto agentes infiltrados da CIA que queriam sabotar nossa autêntica música popular.
O problema das ideias expostas pelo professor é que, estando ele no poder e raciocinando como homem de Estado, indicam a hipótese sombria do autoritarismo. Não apenas ao modo tragicômico de Hugo Chávez, mas ainda pior. Ou como deveríamos entender a saudosa menção aos valores do finado socialismo real?
Concordaria o ilustre conselheiro, por exemplo, com o governo chinês, que exerce censura até sobre a internet? Aliás, por que Garcia está tão preocupado com a restrita TV a cabo?
(Folha de S.Paulo - 18/02/10)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Kacio/Correio Braziliense

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

STJ decreta prisão preventiva de Arruda por suborno

Minutos depois de decretada a prisão preventiva, o governador deixou a residência oficial de Águas Claras em um comboio composto por seis carros. Ele chegou à Superintendência da Polícia Federal por volta das 17h40, informou a Agência Brasil.

E logo depois no UOL:
Lula diz que não é bom para consciência política do Brasil um governador ser preso
De acordo com o chefe de gabinete pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, Lula recebeu a notícia com tristeza e disse que não é bom para a consciência política do Brasil que um governador vá para a cadeia.

Lula também conversou com o diretor da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, e, segundo Carvalho, pediu que a prisão seja feita com "muito cuidado".

Caro presidente: a prisão demorou e é pouco ainda...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Angeli/Folha de S.Paulo

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ai ai ai ai ai

Logo às 5h da matina dou de cara com a manchete da Folha de S.Paulo: "França baixa preço e Brasil compra caça". Depois no UOL: "Jobim (ministro da Defesa) nega escolha por caças franceses".
Segundo a jornalista Eliane Cantanhêde, que "deu o furo", o governo vai engolir mais um pouco a decisão e deixar o anúncio lá para frente quando o constrangimento for menor.
Jobim diz: “Não está definida a compra dos caças. O processo ainda está no âmbito do Ministério da Defesa. A notícia não tem fundamento”.
Quem esta certo? Isso vai dar uma tremenda confusão política. Vamos esperar o desenrolar dos fatos.

Forte calor faz comentarista Batista desmaiar no Olímpico

E falando em mudança climática, vejam esta cena...



'Conheci o que é o apagão', brincou o ex-jogador, que, após atendimento médico, trabalhou normalmente na transmissão da partida do Gauchão

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ciência, religião e o Haiti

Por Marcelo Gleiser

A realidade é crua: a natureza não precisa de nós


É impossível encontrar palavras para descrever a tragédia no Haiti. De longe, lemos depoimentos e jornais. Assistimos às notícias na TV, chocados em ver uma população inteira em profunda agonia, num estado de total fragilidade e de caos. Crianças perdidas de seus pais (ou órfãs) e milhares de pessoas morrendo de fome e sede.
Gangues de jovens -mais de 50% da população tem menos de 18 anos- atacando aqueles que tem algo para comer ou tentando roubar tudo o que podem. Nenhuma água, gasolina ou qualquer forma de comunicação. A vida forçada a parar por completo, um apocalipse real, provocado por forças muito além do nosso controle.
Mesmo que a ciência possa explicar as causas dos terremotos e das erupções vulcânicas, permanece incapaz de prever quando irão ocorrer. Saber a localização das falhas geológicas onde os terremotos ocorrem claramente não é suficiente. Modelos e explicações permanecem especulativos. Por exemplo, existe uma proposta que terremotos tendam a ocorrer quando há um aumento na força das marés, como em torno da época de um eclipse. De fato, um eclipse anular ocorreu três dias após o terremoto do Haiti. Infelizmente, previsões dessa natureza raramente são precisas o suficiente para salvar vidas.
A Terra é um planeta ativo, borbulhando em suas entranhas, com uma crosta formada de placas que tendem a mudar de posição em busca de um maior equilíbrio quando a pressão subterrânea aumenta. Obviamente, fazem isso sem dar a menor importância para a destruição que causam. Cataclismos naturais, como o do Haiti ou o tsunami de 2004 no oceano Índico, que causou em torno de 230 mil mortes, expõe a crua realidade da vida na Terra: precisamos da natureza, mas a natureza não precisa de nós. No nosso desespero, e sem poder prever quando cataclismos dessa natureza irão ocorrer, atribuímos tais eventos a "atos divinos". Nisso, não somos muito diferentes de nossos antepassados, que associavam divindades a quase todos os aspectos e fenômenos do mundo natural.
Talvez a transição do panteísmo ao monoteísmo, sobretudo no ocidente, tenha removido Deus do contato mais direto com os homens, relegando-o a uma presença etérea, distante da realidade do dia-a-dia. Mas muitos continuam atribuindo o que não entendem a "atos divinos", seguindo a receita tradicional do "deus das lacunas": a fé começa onde a ciência termina.
Talvez faça mais sentido associar esses cataclismos a uma indiferença divina. É horripilante testemunhar a crueldade -e até mesmo a estupidez- de certos homens de fé nesses momentos difíceis. Um exemplo é do pastor evangélico americano Pat Robertson, que recentemente atribuiu o terremoto a uma punição divina contra o povo haitiano, que supostamente assinara um pacto com o diabo para conseguir obter sua independência dos franceses. Nossos antepassados nas cavernas teriam concordado.
Dentro do contexto desta coluna, a tragédia provocada pelo tremor no Haiti nos ensina ao menos duas coisas. Primeiro, que a ciência tem limites, e que existe muito sobre o mundo que ainda não sabemos. Porém, não é por isso que devemos atribuir o que não sabemos explicar a atos sobrenaturais. Nossa ignorância deve abrir caminho ao conhecimento e não à superstição. Segundo, aprendemos que a vida -e aqui estamos nos incluindo- é extremamente frágil e deve ser protegida a todo custo. Nosso planeta, apesar de demonstrar fúria ocasionalmente, é nossa única morada viável. Devemos tratá-lo com o respeito que merece.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo".
Fonte: Folha de S.Paulo/24.01.2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Angeli/Folha de S.Paulo

Kleber/Correio Braziliense

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pesquisas x pesquisas = política

Duas recentes pesquisas revelam opostos da cidade. Uma do Ibope feita para o instituto Nossa São Paulo concluiu que 57% dos paulistanos querem mudar da cidade. Outra do Datafolha, cujo mesmo percentual não cogita se mudar.

Tal antagonismo pode ser fruto do modo como é feito o questionário. Perguntas evasivas ou direcionadas de forma a induzir uma resposta são determinantes no resultado.

Outro fator é o humor fruto de determinada situação. Se recentemente o sujeito acabou de ser assaltado, se chegou atrasado no serviço ou se até brigou com a mulher ou chefe seu lado negativo vai preponderar. Inclusive, pode não parecer, mas o modo de abordagem do pesquisador pode influir.

Além, claro, das diferenças de classes sociais e de que a opinião da maioria da população ser muito volúvel não podemos esquecer o fator político. Pesquisas induzidas e encomendadas por grupos políticos, religiosos e empresariais sempre são duvidosas.

Tanto no questionário do Ibope quanto no Datafolha a maioria dos entrevistados disseram que a qualidade de vida melhorou (87% no Ibope-Nossa SP e 94% no Datafolha). Considerando margens de erro, nos dois são quase 90%. Se as condições melhoraram por que a maioria gostaria de ir embora, como aponta o Ibope?

O fundador do instituto Nossa São Paulo é o empresário Oded Grajew, que foi assessor especial da Presidência de Lula em 2003. Já o Datafolha é do Grupo Folha de S.Paulo. Eu sinceramente quero acreditar que isso não tem nada a ver.