quarta-feira, 3 de março de 2010

Censura devassa

A proibição da campanha da nova cerveja 'Devassa Bem Loura' mostra bem o sentimento de certos setores da sociedade.

É uma ironia e, de fato, hipocrisia, proibir uma propaganda dessa logo após o ‘festival de luxúrias’ que foi o Carnaval, as peladas de programas humorísticos, Big Brothers, fazendas e novelas no horário nobre.

Até nos Estados Unidos perguntaram se "Paris Hilton seria sexy demais para o Brasil".

Boa pergunta. Diante de todos os rebolations, funks e axés que assolam nossos ouvidos e se deparam com crianças ainda na mamadeira querendo dançar em sintonia às dançarinas ‘comportadas’ desses grupos, Paris Hilton é noviça. Há excesso de ‘devassas’ na mídia e na sociedade.

Se o ‘apelo sensual’, como acusam os censuradores, é prejudicial aos jovens e induz ao consumo de álcool então grande parte das propagandas de cervejas sairiam do ar. É só prestar atenção (desculpe, eu sei que é uma tortura ver TV aberta mas só desta vez).


Há, ainda, os que frenquentam suas missas e entre seus pares crucificam comportamentos imorais da sociedade como traição, imagens eróticas, palavras de baixo calão, promiscuidade e apelos sensuais aos jovens. Mas ao chegar em casa não pensam duas vezes em sintonizar na novela favorita e na próxima votação do reality show preferido. E sabe-se muito bem o que acontece nesses programas. Fora os que cometem sem culpa seus pecados cotidianos.

Enquanto se toleram algumas coisas e outras não fica difícil definir um critério e ter uma razão diante de uma censura tão sem sentido no país onde o "esterco cultural", como disse o ministro, é fabricado em casa.

Quem sai ganhando é a cervejaria Schincariol que conseguiu muito mais publicidade do que o investido na campanha.

Preconceito é no conceito

Há cerca de duas décadas as mulheres tem conquistado o mercado de trabalho. Esta evidente não só em pesquisas como no nosso convívio profissional e pessoal. Ainda há muito o que melhorar, como nas diferenças salariais entre os sexos. Mas é preciso ter cuidado. O número de mulheres em altos cargos cresce e já há muitas sustentando sozinhas suas famílias. No mercado, especificamente na minha área, comprovo que há uma preferência pelo sexo feminino. É só entrar em uma redação de jornal.
Inversão de papéis? Quase lá. De repente as políticas públicas terão que mudar de sexo.

Isso deixou evidente uma impressão: o comportamento do ser humano é igual, tirando algumas exceções, para o bem e para o mal. O movimento feminista nos anos 60 reivindicou seus direitos civis, trabalho, liberdade e fim do preconceito.

Com algumas conquistas certas mulheres deveriam ter o mínimo de respeito pelo seu corpo e inteligência e ter um comportamento diferente do que tanto fora criticado nos homens durante anos. Mas o que se vê no ambiente de trabalho, nas escolas, universidades e principalmente nos bares e restaurantes é justamente o contrário.

Grupos musicais, participantes de reality shows, pseudo modelos-atrizes-jornalistas que saem nuas em revistas, ensaios na internet, ‘camisas molhadas’ de times de futebol enfim, qual é a motivação de tanta exposição? Elas participam por livre e e$pontânea pre$$ão?

Qual será o sentimento das mulheres daqueles tempos? Foi para isso que lutaram?

Nenhum comentário: