Duas recentes pesquisas revelam opostos da cidade. Uma do Ibope feita para o instituto Nossa São Paulo concluiu que 57% dos paulistanos querem mudar da cidade. Outra do Datafolha, cujo mesmo percentual não cogita se mudar.
Tal antagonismo pode ser fruto do modo como é feito o questionário. Perguntas evasivas ou direcionadas de forma a induzir uma resposta são determinantes no resultado.
Outro fator é o humor fruto de determinada situação. Se recentemente o sujeito acabou de ser assaltado, se chegou atrasado no serviço ou se até brigou com a mulher ou chefe seu lado negativo vai preponderar. Inclusive, pode não parecer, mas o modo de abordagem do pesquisador pode influir.
Além, claro, das diferenças de classes sociais e de que a opinião da maioria da população ser muito volúvel não podemos esquecer o fator político. Pesquisas induzidas e encomendadas por grupos políticos, religiosos e empresariais sempre são duvidosas.
Tanto no questionário do Ibope quanto no Datafolha a maioria dos entrevistados disseram que a qualidade de vida melhorou (87% no Ibope-Nossa SP e 94% no Datafolha). Considerando margens de erro, nos dois são quase 90%. Se as condições melhoraram por que a maioria gostaria de ir embora, como aponta o Ibope?
O fundador do instituto Nossa São Paulo é o empresário Oded Grajew, que foi assessor especial da Presidência de Lula em 2003. Já o Datafolha é do Grupo Folha de S.Paulo. Eu sinceramente quero acreditar que isso não tem nada a ver.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
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