O BRASILEIRO É ASSIM...
- Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
- Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
- Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
- Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.
- Fala no celular enquanto dirige.
- Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
- Pára em filas duplas, triplas em frente as escolas
- Viola a lei do silêncio.
- Dirige após consumir bebida alcoólica.
- Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
- Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.
- Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
- Faz gato de luz, de água e de tv a cabo.
- Deixa rastro de lixo na rua e reclama que a prefeitura não varre.
- Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
- Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto
- Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
- Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota de 20.
- Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
- Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
- Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
- Compra produto piratas com a plena consciência de que são piratas.
- Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
- Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
- Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA
- Freqüenta os caça-níqueis e fazem uma fezinha no jogo de bicho.
- Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.
- Comercializa os vales transportes e vale refeição que recebe das empresas onde trabalha.
- (Em breve vai usar o vale cultura para comprar DVD pirata.)
- Falsifica tudo, tudo mesmo.. só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado...
- Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o policial pergunta o que traz na bagagem...
- Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.
E querem que os políticos sejam honestos....
Estes políticos saíram do meio desse mesmo povo... ou não ?
Brasileiro reclama de quê, afinal?
(Texto que circula pela Web. Autor desconhecido)
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Vênus de Millo atual
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
O mesmo personagem
O artigo de Fernando de Barros e Silva publicado na Folha hoje retrata exatamente o mesmo estilo de retórica do ministro Marco Aurélio Garcia, comentado no post de 18/02.
Dirceubrás
FERNANDO DE BARROS E SILVA
SÃO PAULO - José Dirceu tem um blog -o "blog do Zé". Ele o define como "um espaço para a discussão do Brasil". Discutindo o Brasil como quem não quer nada, Dirceu escreveu o seguinte: "Do ponto de vista econômico, faz sentido o governo defender a reincorporação, pela Eletrobrás, dos ativos da Eletronet, uma rede de 16 mil quilômetros de fibras óticas" etc. etc. etc.
Este é um assunto caro a Dirceu. Seu primeiro post sobre o tema é de março de 2007. Por coincidência, o mesmo mês em que o empresário Nelson Santos contratou seus serviços de consultoria. Ficamos sabendo disso só ontem, pela reportagem de Marcio Aith e Julio Wiziack.
Em 2005, Nelson Santos, dono da "offshore" Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens, havia comprado pelo valor simbólico de R$ 1 a participação em uma empresa à época falida -a Eletronet. Entre 2007 e 2009, o empresário pagou a Dirceu R$ 620 mil por consultorias. Se a Telebrás for reativada, como anuncia o governo, o mesmo bidu que desembolsou R$ 1 pela Eletronet pode sair dela com R$ 200 milhões. Diante disso, o que Santos gastou com Dirceu é fichinha -ou não?
O ex-ministro da Casa Civil de Lula diz que a consultoria versava sobre os "rumos da economia na América Latina". Sabemos que Dirceu não mente. Usou na vida várias máscaras, mas a palavra é uma só.
O homem de negócios e o revolucionário convivem numa boa na pessoa de Zé Dirceu. O capitalismo de Estado e os interesses privados nele se acomodam harmonicamente. Ele é o "bolchebusiness" perfeito. Não há contradições insolúveis no horizonte de um democrata que se mira em Cuba ou de um socialista que topa tudo por dinheiro.
Durante o congresso do PT, vários oradores usaram o microfone para inflamar os companheiros contra o fantasma do "modelo neoliberal". Ninguém lembrou de levantar a voz contra o "modelo neopatrimonialista". Pelo contrário. De óculos escuros, o neopatrimonialismo em pessoa circulava sorridente entre petistas, posando para fotos como um verdadeiro popstar.
Dirceubrás
FERNANDO DE BARROS E SILVA
SÃO PAULO - José Dirceu tem um blog -o "blog do Zé". Ele o define como "um espaço para a discussão do Brasil". Discutindo o Brasil como quem não quer nada, Dirceu escreveu o seguinte: "Do ponto de vista econômico, faz sentido o governo defender a reincorporação, pela Eletrobrás, dos ativos da Eletronet, uma rede de 16 mil quilômetros de fibras óticas" etc. etc. etc.
Este é um assunto caro a Dirceu. Seu primeiro post sobre o tema é de março de 2007. Por coincidência, o mesmo mês em que o empresário Nelson Santos contratou seus serviços de consultoria. Ficamos sabendo disso só ontem, pela reportagem de Marcio Aith e Julio Wiziack.
Em 2005, Nelson Santos, dono da "offshore" Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens, havia comprado pelo valor simbólico de R$ 1 a participação em uma empresa à época falida -a Eletronet. Entre 2007 e 2009, o empresário pagou a Dirceu R$ 620 mil por consultorias. Se a Telebrás for reativada, como anuncia o governo, o mesmo bidu que desembolsou R$ 1 pela Eletronet pode sair dela com R$ 200 milhões. Diante disso, o que Santos gastou com Dirceu é fichinha -ou não?
O ex-ministro da Casa Civil de Lula diz que a consultoria versava sobre os "rumos da economia na América Latina". Sabemos que Dirceu não mente. Usou na vida várias máscaras, mas a palavra é uma só.
O homem de negócios e o revolucionário convivem numa boa na pessoa de Zé Dirceu. O capitalismo de Estado e os interesses privados nele se acomodam harmonicamente. Ele é o "bolchebusiness" perfeito. Não há contradições insolúveis no horizonte de um democrata que se mira em Cuba ou de um socialista que topa tudo por dinheiro.
Durante o congresso do PT, vários oradores usaram o microfone para inflamar os companheiros contra o fantasma do "modelo neoliberal". Ninguém lembrou de levantar a voz contra o "modelo neopatrimonialista". Pelo contrário. De óculos escuros, o neopatrimonialismo em pessoa circulava sorridente entre petistas, posando para fotos como um verdadeiro popstar.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Reiterando...
Já que estamos falando de lixo veiculado pela TV a cabo, existe algo pior do que a propaganda política na TV e no rádio? Preparem-se pois este ano vocês terão 'um banho de civilidade e cultura' diante das manifestações políticas em virtude das eleições.
Manifestações as quais o próprio ministro que criticou o 'lixo cultural' será um dos autores e coordenadores. Pelo seu grau de intelectualidade e elevado conhecimento gastronômico esperamos um alto nível.
Manifestações as quais o próprio ministro que criticou o 'lixo cultural' será um dos autores e coordenadores. Pelo seu grau de intelectualidade e elevado conhecimento gastronômico esperamos um alto nível.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Discurso hipócrita e batido
As declarações do assessor internacional do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, que chamou a programação da TV a cabo de ‘lixo cultural’ é mais um arroubo pseudo-esquerdista hipócrita de gente que ainda acredita nesta besteira de ‘dominação ianque frente a uma cultura subdesenvolvida e terceiro-mundista’.
“Despejam todo esses esterco cultural. A emergência desse lixo cultural nos deixou numa situação grave”, disse Garcia.
Quem vê este senhor proferindo este discurso ‘em defesa da hegemonia nacional e dos interesses sociais da camada menos favorecida da população’ imagina que ele circula humildemente entre o povo, frequenta lugares comuns e sempre esta disponível a ajudar ao próximo.
Mas boa parte da cúpula petista gosta dos melhores hotéis e restaurantes do Brasil e do mundo. Marco Aurélio gosta de frequentar o restaurante Gero, do grupo Fasano, um dos mais luxuosos e caros de São Paulo.
Bruschetas de queijo brie, alcachofra, mussarela de búfala, risoto al erbe com ragu de cordeiro e para acompanhar um vinho Barbera d'Asti Tarberen, 2006, da família Icardi, do Piemonte. Este foi o cardápio sugerido por Garcia durante sua entrevista para o jornal Valor Econômico, no dia 11 de dezembro de 2009.
Não sou entendido nestes pratos (o que é al erbe e ragu?). Vinho muito menos... Apenas peguei as informações do jornal. Desculpe a minha ignorância.
Mas o que isso tem de errado? Nada demais. Não é nenhum ato ilícito, mas eu acho muito contraditório quando alguém profere um discurso que deixa claro sua ‘tendência esquerdista-social’ e, ao mesmo tempo, degusta dos melhores prazeres e lugares (imagino que a comida deve ser realmente boa).
Não há a obrigação de voto de pobreza no PT, nem ninguém pede isso. Mas como José Dirceu, Palocci e a turma toda parecem ter a preocupação social na ponta da língua imagina-se diferente. Eu realmente acredito que eles preferem manter distância de gente pobre ou menos ‘abonada’. Tente encontrar um desses no seu restaurante ou boteco preferido. Depois me chame. Terei o prazer de sentar na mesma mesa. Mas avise se o lugar é barato ou não, ta bom?
Montagem com fotos de Andre Dusek/AE e Divulgação
-----------------------------------------------
Esterco, go home!
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Não há dúvida de que a indústria cultural desempenhou seu papel na ascensão dos Estados Unidos a potência mundial durante o século 20. Cinema, música, história em quadrinhos, pipoca e hambúrguer também foram artífices da "hegemonia" norte-americana.
Mas, se é tolice tentar negar a existência de laços entre cultura e poder, aproxima-se da burrice traduzir essa relação nos termos estreitos e datados do esquerdismo latino-americano, esquemático e antiamericanista, ainda professado, ao que parece, pelo assessor presidencial Marco Aurélio Garcia.
No discurso do sábio palaciano não há lugar para dialética e sutilezas. Tudo se move segundo o maniqueísmo pueril e ao mesmo tempo brutal do marxismo vulgar.
O culpado pelo atraso histórico do continente é o êxito dos americanos. O mal é o imperialismo ianque, que exerce sobre nós seu "processo de dominação". Algo assim: Rambo enfia o cano de sua metralhadora na orelha do Jeca Tatu e o obriga a dançar um rock.
O que emerge da conversa de Garcia é uma concepção estanque de culturas nacionais, que deveriam ser protegidas por muralhas para não se deixarem conspurcar pelo esterco alheio. Esterco, go home!
Parece não ocorrer ao nosso Policarpo Quaresma do Planalto que a cultura norte-americana, aliás de maneira análoga à brasileira, é em grande medida caudatária da europeia e forjou-se num complexo e rico processo de interação e entrechoques de nacionalidades e etnias -no qual, aliás, teve relevância a contribuição africana.
Sem os negros não haveria o jazz, aquela música perigosa que Hollywood adotou e ajudou a difundir pelo mundo.
E o que fez o jazz em seu "processo de dominação" sobre a cultura brasileira? Acabou com o nosso glorioso samba? Ora, Pixinguinha já era jazz. E a bossa nova, que terminou virando marca e orgulho nacional, não existiria sem a dialética do samba com o esterco jazzístico ianque. Oswald de Andrade, que também teve seu sarampo stalinista, já havia apontado: não precisamos ter medo, não somos indefesos, somos antropófagos.
Mas talvez Garcia, lembrando Sebá, o último exilado brasileiro (tipo criado em outros tempos por Jô Soares), ainda considere Tom Jobim e João Gilberto agentes infiltrados da CIA que queriam sabotar nossa autêntica música popular.
O problema das ideias expostas pelo professor é que, estando ele no poder e raciocinando como homem de Estado, indicam a hipótese sombria do autoritarismo. Não apenas ao modo tragicômico de Hugo Chávez, mas ainda pior. Ou como deveríamos entender a saudosa menção aos valores do finado socialismo real?
Concordaria o ilustre conselheiro, por exemplo, com o governo chinês, que exerce censura até sobre a internet? Aliás, por que Garcia está tão preocupado com a restrita TV a cabo?
(Folha de S.Paulo - 18/02/10)
“Despejam todo esses esterco cultural. A emergência desse lixo cultural nos deixou numa situação grave”, disse Garcia.
Quem vê este senhor proferindo este discurso ‘em defesa da hegemonia nacional e dos interesses sociais da camada menos favorecida da população’ imagina que ele circula humildemente entre o povo, frequenta lugares comuns e sempre esta disponível a ajudar ao próximo.
Mas boa parte da cúpula petista gosta dos melhores hotéis e restaurantes do Brasil e do mundo. Marco Aurélio gosta de frequentar o restaurante Gero, do grupo Fasano, um dos mais luxuosos e caros de São Paulo.
Bruschetas de queijo brie, alcachofra, mussarela de búfala, risoto al erbe com ragu de cordeiro e para acompanhar um vinho Barbera d'Asti Tarberen, 2006, da família Icardi, do Piemonte. Este foi o cardápio sugerido por Garcia durante sua entrevista para o jornal Valor Econômico, no dia 11 de dezembro de 2009.
Não sou entendido nestes pratos (o que é al erbe e ragu?). Vinho muito menos... Apenas peguei as informações do jornal. Desculpe a minha ignorância.
Mas o que isso tem de errado? Nada demais. Não é nenhum ato ilícito, mas eu acho muito contraditório quando alguém profere um discurso que deixa claro sua ‘tendência esquerdista-social’ e, ao mesmo tempo, degusta dos melhores prazeres e lugares (imagino que a comida deve ser realmente boa).
Não há a obrigação de voto de pobreza no PT, nem ninguém pede isso. Mas como José Dirceu, Palocci e a turma toda parecem ter a preocupação social na ponta da língua imagina-se diferente. Eu realmente acredito que eles preferem manter distância de gente pobre ou menos ‘abonada’. Tente encontrar um desses no seu restaurante ou boteco preferido. Depois me chame. Terei o prazer de sentar na mesma mesa. Mas avise se o lugar é barato ou não, ta bom?
Montagem com fotos de Andre Dusek/AE e Divulgação
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Esterco, go home!
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Não há dúvida de que a indústria cultural desempenhou seu papel na ascensão dos Estados Unidos a potência mundial durante o século 20. Cinema, música, história em quadrinhos, pipoca e hambúrguer também foram artífices da "hegemonia" norte-americana.
Mas, se é tolice tentar negar a existência de laços entre cultura e poder, aproxima-se da burrice traduzir essa relação nos termos estreitos e datados do esquerdismo latino-americano, esquemático e antiamericanista, ainda professado, ao que parece, pelo assessor presidencial Marco Aurélio Garcia.
No discurso do sábio palaciano não há lugar para dialética e sutilezas. Tudo se move segundo o maniqueísmo pueril e ao mesmo tempo brutal do marxismo vulgar.
O culpado pelo atraso histórico do continente é o êxito dos americanos. O mal é o imperialismo ianque, que exerce sobre nós seu "processo de dominação". Algo assim: Rambo enfia o cano de sua metralhadora na orelha do Jeca Tatu e o obriga a dançar um rock.
O que emerge da conversa de Garcia é uma concepção estanque de culturas nacionais, que deveriam ser protegidas por muralhas para não se deixarem conspurcar pelo esterco alheio. Esterco, go home!
Parece não ocorrer ao nosso Policarpo Quaresma do Planalto que a cultura norte-americana, aliás de maneira análoga à brasileira, é em grande medida caudatária da europeia e forjou-se num complexo e rico processo de interação e entrechoques de nacionalidades e etnias -no qual, aliás, teve relevância a contribuição africana.
Sem os negros não haveria o jazz, aquela música perigosa que Hollywood adotou e ajudou a difundir pelo mundo.
E o que fez o jazz em seu "processo de dominação" sobre a cultura brasileira? Acabou com o nosso glorioso samba? Ora, Pixinguinha já era jazz. E a bossa nova, que terminou virando marca e orgulho nacional, não existiria sem a dialética do samba com o esterco jazzístico ianque. Oswald de Andrade, que também teve seu sarampo stalinista, já havia apontado: não precisamos ter medo, não somos indefesos, somos antropófagos.
Mas talvez Garcia, lembrando Sebá, o último exilado brasileiro (tipo criado em outros tempos por Jô Soares), ainda considere Tom Jobim e João Gilberto agentes infiltrados da CIA que queriam sabotar nossa autêntica música popular.
O problema das ideias expostas pelo professor é que, estando ele no poder e raciocinando como homem de Estado, indicam a hipótese sombria do autoritarismo. Não apenas ao modo tragicômico de Hugo Chávez, mas ainda pior. Ou como deveríamos entender a saudosa menção aos valores do finado socialismo real?
Concordaria o ilustre conselheiro, por exemplo, com o governo chinês, que exerce censura até sobre a internet? Aliás, por que Garcia está tão preocupado com a restrita TV a cabo?
(Folha de S.Paulo - 18/02/10)
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Você decide!
Na Agência Brasil:
Lula diz estar chocado com corrupção e espera que o caso Arruda sirva de exemplo para o país
No Estado de S.Paulo:
Lula lamenta situação e recomenda cautela à PF
Lula diz estar chocado com corrupção e espera que o caso Arruda sirva de exemplo para o país
No Estado de S.Paulo:
Lula lamenta situação e recomenda cautela à PF
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
STJ decreta prisão preventiva de Arruda por suborno
Minutos depois de decretada a prisão preventiva, o governador deixou a residência oficial de Águas Claras em um comboio composto por seis carros. Ele chegou à Superintendência da Polícia Federal por volta das 17h40, informou a Agência Brasil.
E logo depois no UOL:
Lula diz que não é bom para consciência política do Brasil um governador ser preso
De acordo com o chefe de gabinete pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, Lula recebeu a notícia com tristeza e disse que não é bom para a consciência política do Brasil que um governador vá para a cadeia.
Lula também conversou com o diretor da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, e, segundo Carvalho, pediu que a prisão seja feita com "muito cuidado".
Caro presidente: a prisão demorou e é pouco ainda...
E logo depois no UOL:
Lula diz que não é bom para consciência política do Brasil um governador ser preso
De acordo com o chefe de gabinete pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, Lula recebeu a notícia com tristeza e disse que não é bom para a consciência política do Brasil que um governador vá para a cadeia.
Lula também conversou com o diretor da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, e, segundo Carvalho, pediu que a prisão seja feita com "muito cuidado".
Caro presidente: a prisão demorou e é pouco ainda...
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Ai ai ai ai ai
Logo às 5h da matina dou de cara com a manchete da Folha de S.Paulo: "França baixa preço e Brasil compra caça". Depois no UOL: "Jobim (ministro da Defesa) nega escolha por caças franceses".
Segundo a jornalista Eliane Cantanhêde, que "deu o furo", o governo vai engolir mais um pouco a decisão e deixar o anúncio lá para frente quando o constrangimento for menor.
Jobim diz: “Não está definida a compra dos caças. O processo ainda está no âmbito do Ministério da Defesa. A notícia não tem fundamento”.
Quem esta certo? Isso vai dar uma tremenda confusão política. Vamos esperar o desenrolar dos fatos.
Segundo a jornalista Eliane Cantanhêde, que "deu o furo", o governo vai engolir mais um pouco a decisão e deixar o anúncio lá para frente quando o constrangimento for menor.
Jobim diz: “Não está definida a compra dos caças. O processo ainda está no âmbito do Ministério da Defesa. A notícia não tem fundamento”.
Quem esta certo? Isso vai dar uma tremenda confusão política. Vamos esperar o desenrolar dos fatos.
Forte calor faz comentarista Batista desmaiar no Olímpico
E falando em mudança climática, vejam esta cena...
'Conheci o que é o apagão', brincou o ex-jogador, que, após atendimento médico, trabalhou normalmente na transmissão da partida do Gauchão
'Conheci o que é o apagão', brincou o ex-jogador, que, após atendimento médico, trabalhou normalmente na transmissão da partida do Gauchão
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Ciência, religião e o Haiti
Por Marcelo Gleiser
É impossível encontrar palavras para descrever a tragédia no Haiti. De longe, lemos depoimentos e jornais. Assistimos às notícias na TV, chocados em ver uma população inteira em profunda agonia, num estado de total fragilidade e de caos. Crianças perdidas de seus pais (ou órfãs) e milhares de pessoas morrendo de fome e sede.
Gangues de jovens -mais de 50% da população tem menos de 18 anos- atacando aqueles que tem algo para comer ou tentando roubar tudo o que podem. Nenhuma água, gasolina ou qualquer forma de comunicação. A vida forçada a parar por completo, um apocalipse real, provocado por forças muito além do nosso controle.
Mesmo que a ciência possa explicar as causas dos terremotos e das erupções vulcânicas, permanece incapaz de prever quando irão ocorrer. Saber a localização das falhas geológicas onde os terremotos ocorrem claramente não é suficiente. Modelos e explicações permanecem especulativos. Por exemplo, existe uma proposta que terremotos tendam a ocorrer quando há um aumento na força das marés, como em torno da época de um eclipse. De fato, um eclipse anular ocorreu três dias após o terremoto do Haiti. Infelizmente, previsões dessa natureza raramente são precisas o suficiente para salvar vidas.
A Terra é um planeta ativo, borbulhando em suas entranhas, com uma crosta formada de placas que tendem a mudar de posição em busca de um maior equilíbrio quando a pressão subterrânea aumenta. Obviamente, fazem isso sem dar a menor importância para a destruição que causam. Cataclismos naturais, como o do Haiti ou o tsunami de 2004 no oceano Índico, que causou em torno de 230 mil mortes, expõe a crua realidade da vida na Terra: precisamos da natureza, mas a natureza não precisa de nós. No nosso desespero, e sem poder prever quando cataclismos dessa natureza irão ocorrer, atribuímos tais eventos a "atos divinos". Nisso, não somos muito diferentes de nossos antepassados, que associavam divindades a quase todos os aspectos e fenômenos do mundo natural.
Talvez a transição do panteísmo ao monoteísmo, sobretudo no ocidente, tenha removido Deus do contato mais direto com os homens, relegando-o a uma presença etérea, distante da realidade do dia-a-dia. Mas muitos continuam atribuindo o que não entendem a "atos divinos", seguindo a receita tradicional do "deus das lacunas": a fé começa onde a ciência termina.
Talvez faça mais sentido associar esses cataclismos a uma indiferença divina. É horripilante testemunhar a crueldade -e até mesmo a estupidez- de certos homens de fé nesses momentos difíceis. Um exemplo é do pastor evangélico americano Pat Robertson, que recentemente atribuiu o terremoto a uma punição divina contra o povo haitiano, que supostamente assinara um pacto com o diabo para conseguir obter sua independência dos franceses. Nossos antepassados nas cavernas teriam concordado.
Dentro do contexto desta coluna, a tragédia provocada pelo tremor no Haiti nos ensina ao menos duas coisas. Primeiro, que a ciência tem limites, e que existe muito sobre o mundo que ainda não sabemos. Porém, não é por isso que devemos atribuir o que não sabemos explicar a atos sobrenaturais. Nossa ignorância deve abrir caminho ao conhecimento e não à superstição. Segundo, aprendemos que a vida -e aqui estamos nos incluindo- é extremamente frágil e deve ser protegida a todo custo. Nosso planeta, apesar de demonstrar fúria ocasionalmente, é nossa única morada viável. Devemos tratá-lo com o respeito que merece.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo".
Fonte: Folha de S.Paulo/24.01.2010
A realidade é crua: a natureza não precisa de nós
É impossível encontrar palavras para descrever a tragédia no Haiti. De longe, lemos depoimentos e jornais. Assistimos às notícias na TV, chocados em ver uma população inteira em profunda agonia, num estado de total fragilidade e de caos. Crianças perdidas de seus pais (ou órfãs) e milhares de pessoas morrendo de fome e sede.
Gangues de jovens -mais de 50% da população tem menos de 18 anos- atacando aqueles que tem algo para comer ou tentando roubar tudo o que podem. Nenhuma água, gasolina ou qualquer forma de comunicação. A vida forçada a parar por completo, um apocalipse real, provocado por forças muito além do nosso controle.
Mesmo que a ciência possa explicar as causas dos terremotos e das erupções vulcânicas, permanece incapaz de prever quando irão ocorrer. Saber a localização das falhas geológicas onde os terremotos ocorrem claramente não é suficiente. Modelos e explicações permanecem especulativos. Por exemplo, existe uma proposta que terremotos tendam a ocorrer quando há um aumento na força das marés, como em torno da época de um eclipse. De fato, um eclipse anular ocorreu três dias após o terremoto do Haiti. Infelizmente, previsões dessa natureza raramente são precisas o suficiente para salvar vidas.
A Terra é um planeta ativo, borbulhando em suas entranhas, com uma crosta formada de placas que tendem a mudar de posição em busca de um maior equilíbrio quando a pressão subterrânea aumenta. Obviamente, fazem isso sem dar a menor importância para a destruição que causam. Cataclismos naturais, como o do Haiti ou o tsunami de 2004 no oceano Índico, que causou em torno de 230 mil mortes, expõe a crua realidade da vida na Terra: precisamos da natureza, mas a natureza não precisa de nós. No nosso desespero, e sem poder prever quando cataclismos dessa natureza irão ocorrer, atribuímos tais eventos a "atos divinos". Nisso, não somos muito diferentes de nossos antepassados, que associavam divindades a quase todos os aspectos e fenômenos do mundo natural.
Talvez a transição do panteísmo ao monoteísmo, sobretudo no ocidente, tenha removido Deus do contato mais direto com os homens, relegando-o a uma presença etérea, distante da realidade do dia-a-dia. Mas muitos continuam atribuindo o que não entendem a "atos divinos", seguindo a receita tradicional do "deus das lacunas": a fé começa onde a ciência termina.
Talvez faça mais sentido associar esses cataclismos a uma indiferença divina. É horripilante testemunhar a crueldade -e até mesmo a estupidez- de certos homens de fé nesses momentos difíceis. Um exemplo é do pastor evangélico americano Pat Robertson, que recentemente atribuiu o terremoto a uma punição divina contra o povo haitiano, que supostamente assinara um pacto com o diabo para conseguir obter sua independência dos franceses. Nossos antepassados nas cavernas teriam concordado.
Dentro do contexto desta coluna, a tragédia provocada pelo tremor no Haiti nos ensina ao menos duas coisas. Primeiro, que a ciência tem limites, e que existe muito sobre o mundo que ainda não sabemos. Porém, não é por isso que devemos atribuir o que não sabemos explicar a atos sobrenaturais. Nossa ignorância deve abrir caminho ao conhecimento e não à superstição. Segundo, aprendemos que a vida -e aqui estamos nos incluindo- é extremamente frágil e deve ser protegida a todo custo. Nosso planeta, apesar de demonstrar fúria ocasionalmente, é nossa única morada viável. Devemos tratá-lo com o respeito que merece.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo".
Fonte: Folha de S.Paulo/24.01.2010
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