sábado, 30 de agosto de 2008

Letra inicial de e-mail influencia em spam

Enquanto observo minha pasta automática de e-mail chamada 'lixo eletrônico', com exatamente 1.350 tranqueiras só neste mês de agosto, li a notícia abaixo publicada no Terra. Se recebo isso em apenas um mês com meu e-mail iniciado com a letra F, imagine as outras iniciais, que segundo a pesquisa, recebem mais.

Richard Clayton, especialista em segurança da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, realizou uma pesquisa que mostra que, assim como o servidor de e-mail, os nomes de endereços também são importantes e influenciam na decisão de spammers.

A pesquisa foi feita após a análise de meio bilhão de e-mails recebidos em um servidor inglês durante um período de oito semanas. Depois de descartar os que pareciam fora de uso, Clayton descobriu que usuários cujo endereço comece com a letra A recebiam 30% de spams, comparado a apenas 20% daqueles que começam com Z, noticiou o blog de tecnologia da NewScientist.

Interessante também notar que endereços iniciados pelas letras R, P, S e M recebem cerca de 40% de spam. O pesquisador não sabe a razão exata para a diferença, mas acredita que está na tentativa de descobrir novos endereços, já que comparativamente existem menos usuários com a letra Z que com a letra A, então o acerto em um chute desses é menos provável.

O site The Inquirer afirma que mesmo que o estudo tenha alguma base de verdade, não se deve esquecer casos específicos, em que cibercriminosos procuram endereços de e-mail cadastrados em páginas públicas da web, ou outros casos mais específicos.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

J.Bosco/O Liberal
Marco Aurélio/Zero Hora-RS
Simon Taylor/A ChargeOnline

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Novas empreitadas

Um dos motivos que demorei a voltar com o blog foram algumas iniciativas para expandir um pouco minha mente e captar novos conhecimentos. Alguns não deram certo, outros foram concretizados, como a intensa busca por novas oportunidades.

Destaco uma parceria de longa data com o empresário, membro do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br), ex-presidente da Junta Comercial de São Paulo e ex-diretor de Tecnologia da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), Nivaldo Cleto. Nosso desafio era montar uma apostila para um seminário sobre o uso do notebook para os conselheiros do Conselho Federal de Contabilidade.

Após este trabalho a apostila virou o livro Notebook: O Mundo Virtual em suas Mãos, um guia essencial para qualquer profissional liberal ou executivo que utiliza o notebook como ferramenta de trabalho.

A noite de autógrafos foi no último dia 19 de agosto, na Livraria Cultura, com a presença de diversos empresários e amigos.

Agradeço ao Nivaldo pela oportunidade em colaborar com esta obra que, com certeza, será a primeira de uma série.

Livro: Notebook: O Mundo Virtual em suas Mãos
Autor: Nivaldo Cleto
Editora Atlas

Para adquirir o livro clique aqui.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Marketing olímpico

Após duas semanas ininterruptas de jogos olímpicos parece que o Brasil voltou à normalidade, em especial nos noticiários eletrônicos. Foi um bombardeio implacável de modalidades, recordes, medalhas, estatísticas, atletas, sucessos e fracassos embalados por patrocinadores e gritarias (Galvão Bueno, um exemplo clássico).

Separei dois artigos, um do ombudsman e outro do editorial da Folha de S.Paulo, publicados em 24 e 25 de agosto respectivamente, que analisa muito bem o real significado do exagero na cobertura desta Olimpíada de Pequim: lucro. Satisfazer cada patrocinador que investiu milhões em suas inserções publicitárias é o que move emissoras de rádio, televisão, portais de Internet e jornais, inclusive a própria Folha, no excesso de ufanismo.

Melhor exemplo disso, todos os anos, são os campeonatos de futebol, modalidade muito lucrativa para as empresas e clubes e pouco preocupada com o torcedor. Mas é aquela coisa: enquanto houver demanda, agüente!

Um caso olímpico de exagero

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA -
ombudsman@uol.com.br

O LEITOR Marcos Tafuri observou as edições eletrônicas de diversos jornais diários pelo mundo, constatou que o destaque e espaço dados aos Jogos Olímpicos em outros países, inclusive os que têm grande tradição esportiva, como os EUA, foram menores do que no Brasil, e escreveu ao ombudsman sobre a cobertura da Olimpíada:
"Acredito que o nosso mercado publicitário, por carecer de maior poder econômico, vê em eventos grandiosos como a Olimpíada uma chance preciosa para comercializar seus espaços. Daí, as empresas de comunicação, para justificar esta demanda puramente comercial, criam em nosso imaginário a "importância da Olimpíada". Tudo bem. Mas há um porém nesta história. O leitor de jornal, por natureza, é um ser crítico. Em sua natureza crítica, por vezes, ele sente traído quando jornais respeitados, como a Folha, o tratam como um idiota."

Pode não ser este o motivo, mas de fato os meios de comunicação de massa brasileiros, inclusive este, inflaram demais os Jogos de Pequim, muito além provavelmente do interesse real do público em relação a eles.
Para mim, nada foi mais simbólico dessa desproporção do que o alto da primeira página da Folha de domingo passado. Em quatro colunas, estavam a imagem de Michael Phelps e a notícia de sua oitava medalha de ouro; em duas colunas, a foto e a informação sobre a morte de Dorival Caymmi.

Aposto como daqui a poucos anos (se tanto) a relação entre os brasileiros sabedores de quem foi Caymmi e Phelps será inversa ao espaço que o jornal dedicou a ambos: pelo menos o dobro de pessoas reconhecerá o compositor e não o atleta.

Os meios de comunicação de massa brasileiros inflaram demais os Jogos de Pequim, muito além provavelmente do interesse real do público


Poucos eventos noticiosos são mais complicados jornalisticamente do que a Olimpíada, especialmente esta, na China, no outro lado do mundo, com diferença de fuso de 11 horas. O jornal investe pesadamente para mandar uma grande equipe e é natural que queira ver o máximo resultado desse investimento nas suas páginas.
Embora o resultado final não tenha sido negativo em termos de informação, os exageros foram evidentes. Era mais do que antecipado que Michael Phelps ganharia muitas medalhas.

Mas desde a primeira o jornal lhe deu tanta importância, que no fim já não sabia mais o que fazer para ser diferente. Chegou a afogar sua imagem em letras em foto coberta por palavras. A hipérbole foi a nota dominante desde o início, com a cascata de adjetivos retumbantes que descreveu a festa de abertura.

O que mais mobilizou leitores, no entanto, foi a foto de Diego Hypólito, publicada na capa do dia 18. Onze escreveram para se queixar dela e a consideraram desrespeitosa, humilhante.
Não concordo. A foto registra um fato. O instantâneo mostra a perplexidade do atleta que esperava vencer. Mas ganhar e perder são parte da competição. Conforme aforismo indiano, "para quem luta com os grandes, até a derrota é honrosa".
O tratamento dado pela mídia à Olimpíada em parte reflete a expectativa social de que só vencer importa, quando o espírito olímpico originalmente é o contrário.

Sem lágrimas

(foto:Flávio Florido/UOL)
EDITORIAL - Folha de S.Paulo

APESAR de alguns feitos notáveis -como as medalhas de ouro conquistadas por César Cielo, na natação, Maurren Maggi, no salto, e a equipe feminina de vôlei-, um sentimento de frustração parece inevitável diante do desempenho dos atletas brasileiros na Olimpíada de Pequim.

No caso da seleção masculina de futebol, um longo tratado, repleto de antecedentes históricos, de análises de psicologia motivacional e de bastidores administrativos, ainda está por ser escrito pela crítica especializada. No contexto deste comentário, basta citar o conselho de Virgílio a Dante Alighieri, no passo da "Divina Comédia" em que ambos contemplam o destino das almas incaracterísticas, carentes de ímpeto próprio: "Non ragionam di lor, ma guarda e passa".

Passemos, portanto, ao largo da questão. Vale mais refletir sobre os exemplos das estrelas em outras modalidades esportivas que, por alguma razão, tiveram desempenho inferior ao esperado. Sejam quais forem as precariedades com que todo atleta brasileiro é forçado a conviver, o fato é que acidentes, imprevistos e frustrações são normais em qualquer competição esportiva.

Conquistar medalhas olímpicas é sempre positivo, mas não tem por que ser prioridade num país como o Brasil


O que parece fugir, talvez, aos padrões rotineiros em outros países é a carga de emocionalidade e expectativa que se deposita, muitas vezes, sobre a figura individual deste ou daquele jovem atleta, que por alguns dias experimenta sobre os ombros o peso de uma exposição midiática e de um furor patriótico sem freios.
Pode-se dizer, claro, que em muitos outros países, a começar pela própria China, uma veemente necessidade de auto-afirmação nacional faz de cada disputa por medalha olímpica uma empreitada cívica.

Mais do que os desafios inerentes a cada modalidade esportiva, é como se estivessem em jogo vários séculos de história, cuja carga de insucessos devesse ser superada num salto fenomenal, numa pirueta espetacular, num giro sobre-humano.
Ocorre que a China -como, no passado, os países do Leste Europeu- investiu pesadamente no treinamento de seus atletas. Aqui, é como se os sonhos de um país inteiro se encarnassem num número relativamente pequeno de esportistas, cujos eventuais malogros repercutem desproporcionalmente, sem dúvida, sobre os ânimos gerais.

Ganhamos menos medalhas do que poderíamos; paciência. Investir mais em esporte é fundamental para o bem-estar, a saúde e o lazer da população; tal objetivo não tem necessariamente de vir atrelado ao de subir novos degraus no "ranking" olímpico.
A simbologia dos recordes e do ouro é sem dúvida significativa, mas não deixa de ser simbologia apenas. Sediar a Olimpíada -outra questão em que os brios nacionais se acendem- tampouco fará, por si só, do Brasil um país diferente do que é.
Afinal, seu engrandecimento, no esporte como em qualquer outra área, não se mede em recordes, prêmios e medalhas, mas sim na conquista de uma vida melhor para a população.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Retorno

Finalmente, depois de mais de um ano, resolvi voltar com o meu blog, agora com novo nome e hospedagem. Não me perguntem o motivo do afastamento, eu mesmo nem sei explicar. Foi um longo tempo de reflexões e caminhos desconhecidos que meus pensamentos tomaram durante este período em silêncio (no blog). Mas quem me conhece sabe que não fiquei calado. Através de e-mails e conversas ao vivo não deixei de opinar sobre este nosso conturbado, divertido, triste, alegre e maldoso cotidiano.

Há meses venho adiando a volta do blog por puro desleixo, é verdade, e também ocupações literárias, mas prometo (e isso não é compromisso de político) que não deixarei de postar coisas interessantes e expressar, quando meu sentido disser que é a hora, minha opinião neste blog, quer interesse a alguém ou não (rs). Deixarei algumas postagens antigas a título de memorial.

Para iniciar esta nova fase, separei uma reportagem magnífica de Rubens Marujo publicada no Diário do Comércio-SP (infelizmente não anotei a data). Este texto me marcou, pois me lembrou o convívio que tive com uma pessoa da mesma profissão que passou as mesmas agruras do personagem principal. São momentos para refletirmos sobre o nosso verdadeiro papel nesta sociedade e uma conscientização para as pessoas que vivem descontentes com suas vidas, muitas vezes abastadas se comparadas com as da maioria da população.

"Eu sentava num banco, abaixava a cabeça e chorava"

Rubens Marujo

Ao contrário das pessoas que trabalham normalmente, quem mora em albergue ou na rua detesta os fins de semana, principalmente domingos e feriados. Além de ter menos gente nas ruas, a tristeza bate forte e nos obriga a refletir mais. Isso acontecia freqüentemente comigo. Outro grande problema é que boa parte das bocas de rango existentes pela cidade fecham. Bocas de rango são lugares que oferecem refeições gratuitas para os pobres. E é bom lembrar que, na Capital, existem dezenas delas. Só no Centro deve haver, aproximadamente, umas vinte. Isso incluindo pessoas que, generosamente, se dedicam à causa social, no anonimato, sem fazer alarde.
Assim é, por exemplo, com a senhora japonesa que distribui café da manhã com pão e manteiga na praça da Sé, aos domingos de manhã; outro grupo de senhoras japonesas que distribui lanches no Anhangabaú; e os espíritas, que levam sopa a quem vive sob o Minhocão, além de albergues e outras casas. As que funcionam, naturalmente, são mais disputadas. Formam-se filas enormes. Isso acontece porque o número de moradores de rua cresce sem parar. Pouca gente sabe disso, mas da mesma forma que a polícia prende dezenas de pessoas por dia, outras saem livres. E saem em condições deploráveis. Jovens que cometeram pequenos delitos, mas ficaram com a ficha suja, não arrumam emprego devido aos antecedentes criminais e só lhes resta a rua para sobreviver.

Vergonha – As ruas de São Paulo estão ficando cada vez mais povoadas por eles. Conheci vários e deu para perceber que, muitos, possuem boa índole. Trajando apenas uma bermuda e uma camiseta, exibem os pés rachados, sangrando de tanto andar à procura do que comer, do que vestir. E acabam descobrindo as bocas de rango. Mas há ainda famílias inteiras que são despejadas, casais com filho recém-nascido, enfim todo tipo de gente que da vida só conhece vicissitude e amargura.

Confesso que muitas vezes sentia vergonha ao conversar com eles. Nasci em berço de ouro, tive instrução, boa educação e, acima de tudo, uma profissão. Mas estava ali disputando um lugar na fila com aquelas pessoas humildes, com pouca ou sem nenhuma instrução. Meu astral piorava diante da resignação e a força que aquelas pessoas demonstravam. Sentia-me humilhado. Minha mente parecia girar como um carrossel, com os seguintes dizeres: fracassado, inútil, não serve para nada. Sentia vergonha até de manchar o nome da profissão que sempre exerci.

- O sr. mora em albergue?
- Sim, estou morando, porque?
- Mas o sr. não tem cara de quem bebe. Por acaso o sr. é drogado?
- Também não, respondia eu, sem graça.
-Então o que o sr. está fazendo aqui? O sr. tem cara de doutor, fala muito bem, aqui não é lugar para o sr.
- Paciência, coisas da vida.
- Mas o que o sr. faz? O que aconteceu?
- Sou jornalista, fui imprevidente, não fiz a lição de casa e estou aqui.


Eu ia chorar – Esses diálogos se repetiram várias vezes nas filas das bocas de rango. Às vezes eu ia chorar. Escolhia a praça Pérola Byington, ali na avenida Brigadeiro Luís Antônio, onde fica o teatro Imprensa e o Hospital da Mulher. Sentava num banco, abaixava a cabeça e chorava arrependido.

- Agora, não adianta chorar, dizia para mim mesmo. Busque força para descascar o abacaxi que você mesmo plantou, falava comigo.

Disputa – As bocas de rango são muito concorridas. Uma das principais é a Casa Dom Orione, que fica na rua 13 de Maio, no Bexiga. É mantida por voluntários que frequentam a igreja N.S. de Achiropita (Xeropita, para os moradores de rua).

O roteiro é o seguinte: os albergados saem lá pelas 7h da manhã e vão tomar café lá, que é mais reforçado que o do albergue. Depois, esperam até cinco horas para almoçar, às 12h. Na Dom Orione é tudo muito bem organizado. Ninguém fica na rua. Todos esperam num amplo saguão, com cadeiras e televisão. Do lado de fora há tanques para lavar roupa e banheiros com chuveiros. Tudo limpinho, bastante higiênico. Para se almoçar ali é preciso pegar uma senha. Os responsáveis pela casa atendem 180 pessoas.

Outro lugar famoso é o Refeitório Comunitário Penaforte Mendes, que fica na rua de mesmo nome, também no Bexiga. Lá é preciso se cadastrar e são atendidas cerca de 300 pessoas por dia.

Ontem fui lá entrevistar alguns frequentadores. Eles não gostam de fotografias. Têm vergonha ou medo. Apesar da insistência, não obtivemos muito sucesso para fotografá-los almoçando.

Maloqueiro e corintiano – Denilson de Oliveira, 26 anos, havia acabado de almoçar. Mora na rua e, para sobreviver, vende pastilhas. Trabalhou durante oito anos como palhaço no circo Orlando Orfei, viajou por toda a América Latina e fala muito bem o castelhano. Ontem ele estava com pressa. Queria vender tudo rápido para assistir o jogo do Corinthians, à noite, no Pacaembu.

Disse a ele que já havia morado num albergue e também era corintiano. Nem poderia ser diferente - disse a ele - maloqueiro é maioria na torcida do Corinthians. Ele riu. É verdade: jornalista, maloqueiro e corintiano. Conversamos também com Roberto Gomes, 30 anos, auxiliar de pintura. Está sobrevivendo com a venda de algodão-doce e mora no albergue Pedroso, localizado no viaduto do mesmo nome, sobre a avenida 23 de Maio. Mantido pela Igreja Metodista, esse albergue é bem conceituado em todos os sentidos. Por isso mesmo, conseguir uma vaga ali é difícil. "Tive sorte e me sinto bem lá", disse, enquanto aguardava a ordem para entrar na boca de rango.

Fiz questão de passar na Casa Irmão Faria, que fica na rua Jaceguai, uma ruazinha paralela ao viaduto Jacareí. Lá, eles servem sopa, todos os dias, às 14h. Ali não é necessário pegar senha nem se cadastrar. Junto com o pessoal que mora na rua até o cachorro entra. E dá para repetir a sopa de legumes, doada pelo Sacolão do bairro quantas vezes for possível. Um dia, assoei o nariz com meu lenço e os meus companheiros me chamaram a atenção: "Isso não se faz à mesa", me disseram.

O albergue mais conceituado, em todos os sentidos, é o Arsenal da Esperança. Fica no bairro da Mooca, perto da estação Bresser do metrô. Aos domingos e feriados abre as suas portas às 14h, impedindo que os moradores passem o dia inteiro na rua. O mesmo ocorre quando chove. Está equipado com duas ou três ambulâncias, tem médico e enfermeiras. Oferece vários cursos para os albergados, entre eles, de teatro. Mantém convênios com empresas que oferecem trabalhos temporários, oferece emprego para os albergados que lá residem, remunerando e fazendo registro na Carteira de Trabalho. O sistema de identificação digital evita a formação de enormes filas e conta ainda com quadras de futebol de salão.

Todos os albergados que por lá já passaram falam muito bem dele. Eu mesmo estava pensando em me transferir para lá, caso continuasse por mais tempo tendo de morar num albergue. Era administrado por pessoas da comunidade italiana, com verbas do governo do Estado. Agora, esse albergue passou para as mãos da Prefeitura e seus moradores temem que a qualidade dos serviços oferecidos caia.

O albergue São Camilo, administrado por religiosos que também cuidam de um hospital com o mesmo nome é menor, mas o tratamento oferecido é mais humano.

O pior de todos era o São Francisco, onde fiquei. Ele foi desativado depois de 8 anos (nunca se tomou uma providência antes para tirá-lo debaixo do viaduto Jacareí). Era uma pocilga. Lembrava muito Auschwitz. Agora, funciona na Baixada do Glicério, mas continua superlotado e muito criticado por seus moradores. Encontrei com alguns deles ontem na Praça da Sé. Eles não gostam de ser identificados, com medo de serem cortados e irem de vez para a rua. Mas ainda reclamando das humilhações a que continuam sendo submetidos.

Aperto nas eleições

Esta foto (Sérgio Neves/AE), excelente por sinal, saiu na edição de hoje do Estadão.
FISGADA–Em meio à festa pelo resultado da pesquisa, cabo eleitoral ergueu Kassab, que urrou de dor: “Não faz isso, pelo amor de Deus”
Ronaldo/Jornal do Commercio-PE

Kacio/Correio Braziliense-DF