segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Marche!

Um dos assuntos mais discutidos nas últimas semanas em rodas de amigos, especialmente nos bares, é a tal ‘Lei Seca’, um título midiático que não expressa a sua real intenção: combater os irresponsáveis no trânsito que, independentemente da quantidade ingerida, dirigem como cachorros loucos nas ruas e estradas. Mas conheço pessoas que sem uma única dose de álcool também cometem absurdos no trânsito, mas isso é um assunto para outra hora.

Na verdade lei seca não existe, você não está proibido de beber a sua cerveja ou destilado. O que pouca gente fala, e ninguém na imprensa comenta, é que a lei não tem méritos mas sim o aumento da fiscalização. A proibição de beber antes de dirigir já existia no Código de Trânsito, como fumar ao volante, falar ao celular entre outras ações que pelo desconhecimento da população o Governo aproveita a brecha para inventar o que já existe e agradar a sua parcela de eleitores conservadores, que são muitos.

O cerco às liberdades individuais se fecha cada vez mais, como a proposta do Governo de São Paulo de banir de vez o cigarro de locais fechados, mesmo os que possuem ambientes para tal finalidade. O Brasil tenta seguir o modelo americano de ‘contingência comportamental’, mas uma pergunta se faz necessária: será que seguir esse modelo é o melhor caminho para um país que ainda não possui metade da capacidade de educação, saúde, saneamento e serviços públicos para se chegar ao dito ‘Primeiro Mundo’?

Separei um artigo publicado no Estadão de hoje do professor de Filosofia da Universidade do Rio Grande do Sul, Denis Lerrer Rosenfield sobre o cerco do Estado ao cidadão. Leia antes que censurem.

Um comentário:

Fernando Olivan disse...

Meu caro Fernandinho Olivan: entrei no seu blog, li seu artigo Marche!, li o comentário do Prof. Denis e gostaria de comentar com você que o Brasil vive momentos de extrema fragilidade através a atitude de seus pseudo "comandantes".
Aquelas pessoas públicas cujo exemplo de dignidade, carater, honradez, disciplina e honestidade deveria ser o norte a desenvolver o comportamento moral e cidadão do habitante da "terra brasilis", perdem-se pelos absurdos de excessão praticados, nos últimos anos mais do que nunca.
No coroamento da excessão que interpreto - desprezando milhares de contratações sem concursos, orçamentos milionários para divulgação de propaganda governamental, etc, etc - penso que, quando um assessor direto do Presidente da República transfere informações públicas e sigilosas para advogado de suspeitos de prática de crimes, somando-se a isso escândalos provados (mensalão) praticados pelo partido da situação, aí, como diria um sábio qualquer dos domínios nortistas ou nordestinos deste país, "tem mais jeito não!!!".
Forte abraço.
Pedro A. Jesus