quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Falar palavrão pode aliviar dor física, diz estudo

PQP, essa eu já sabia !

Da BBC Brasil
Falar palavrões pode ajudar a diminuir a sensação de dor física, segundo um estudo da Escola de Psicologia da Universidade de Keele, na Inglaterra, publicado pela revista especializada NeuroReport.

No estudo, liderado pelo psicólogo Richard Stephens, 64 voluntários colocaram suas mãos em baldes de água cheios de gelo, enquanto falavam um palavrão escolhido por eles.

Em seguida, os mesmos voluntários deveriam repetir a experiência, mas em vez de dizer palavrões, deveriam escolher uma palavra normalmente usada para descrever uma mesa.

Enquanto falavam palavrões, os voluntários suportaram a dor por 40 segundos a mais, em média. Seu relato também demonstrou que eles sentiram menos dor enquanto falavam palavrões.

O batimento cardíaco dos voluntários também foi medido durante a experiência e se mostrou mais acelerado quando eles falavam palavrões.

Os cientistas acreditam que o aumento do ritmo de batimentos cardíacos pode indicar um aumento da agressividade, que, por sua vez, diminuiria a sensação de dor.

Para os cientistas, no passado isso teria sido útil para que nossos ancestrais, em situação de risco, suportassem mais a dor para fugir ou lutar contra um possível agressor.

O que está claro é que falar palavrões provoca não apenas uma resposta emocional, mas também uma resposta física, o que pode explicar por que a prática de falar palavrões existe há séculos e persiste até hoje, afirma o estudo.

"(A prática de) Falar palavrões existe há séculos e é quase um fenômeno linguístico humano universal", diz Stephens.

"Ela mexe com o centro emocional do cérebro e parece crescer no lado direito do cérebro, enquanto que a maior parte da produção linguística ocorre do lado esquerdo. Nossa pesquisa mostra uma razão potencial para o surgimento dos palavrões, e porque eles persistem até hoje." Um estudo anterior, da Universidade de Norwich, mostrou que o uso de palavrões ajuda a diminuir o estresse no ambiente de trabalho.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Queria chamar a atenção e conseguiu!

Quando algum artista quer chamar a atenção e ter pelo menos uma fotinha no jornal é só fazer o que esse pintor fez na cidade italiana de Veneto. Ele não gasta nada em anúncio e os jornais caem direitinho. Bom, uma mão lava a outra. Eu crio o fato, ganho publicidade e vocês também na venda de jornais.

Hitler in braccio alla Madonna

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Clonadores de cartões causaram mais de R$ 31 milhões de prejuízo somente no primeiro semestre

E falando em cartão, como no post abaixo, veja dicas de como evitar a clonagem:

a)Observe atentamente os caixas-eletrônicos, se todos estiverem desligados ou em manutenção e apenas um operando normalmente, desconfie. Veja também se o layout de todos os aparelhos é igual e se todas as peças estão devidamente conectadas.

b)Desconfie se o equipamento do banco usar uma ordem diferente da normalmente solicitada pelo seu banco para realizar as operações.

c)Jamais aceite ajuda de estranhos para realizar as transações no caixa, peça sempre ajuda de um funcionário devidamente uniformizado ou identificado.

d)Antes de contratar os serviços de um determinado banco, pergunte ao seu gerente de que forma o banco procura minimizar a possibilidade de ocorrência de fraudes.

e)Quando for comprar com o cartão, nunca deixe o funcionário do estabelecimento levá-lo, sempre o acompanhe e fique atento a movimentos estranhos que ele possa fazer.

f)Preste atenção ao visor da máquina e tenha a certeza de que o valor de compra foi digitado antes de colocar sua senha.

Fonte: Horus, empresa especializada em controle e prevenção a fraudes para segmentos que atuam com meios de pagamento.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Presas fáceis

Interessante pesquisa foi publicada no jornal Diário do Comércio–SP sobre as pessoas que poupam demais e depois sentem remorso por não ter aproveitado as “coisas boas da vida”. Claro, em um mercado capitalista como o nosso aproveitar a vida é gastar, ir a um supermercado ou shopping e brincar com seu cartão de crédito. Não sou um notório pão duro, nem um esbanjador. Já gastei, anos atrás, muito dinheiro com besteiras, o que hoje me arrependo. Mas também não me arrependo de grande parte das coisas que fiz e as melhores gastei muito pouco.

Como tudo na vida é preciso saber dosar. Aproveitar sem exagerar e ter a consciência de que você pode gastar uma determinada quantia naquele momento e decidir o que é prioridade ou não até você ter uma vida estável financeiramente (nossa, acho que vou ser consultor financeiro!).

Ah, claro, você sabe quem edita o jornal que publicou esta matéria e fez a bela arte publicada acima? A Associação Comercial de São Paulo. E o que ela faz? Representa e defende os interesses dos comerciantes. Mas que pesquisa mais propícia não?

Em contraste, temos a realidade:

Dívidas com cartão de crédito batem recorde
Brasileiro tem R$ 26,5 bilhões em dívidas acumuladas no cartão e inadimplência chega a 28,3%, segundo BC

Segundo uma pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, com base no último censo do IBGE, com dados de 2008, 32 milhões de pessoas subiram de classe social, um crescimento de 14,98% no potencial de consumo. Uma boa notícia para a economia e uma excelente oportunidade para o comércio e para o setor financeiro (cartões de crédito). Mas uma perigosa armadilha para as famílias recém chegadas a este mercado que eu chamo de ‘predador’.
Sem uma educação financeira, muitas delas correm o risco de engordar os números sobre as dívidas com cartões e inflar os lucros das instituições financeiras. Cada vez mais eu testemunho situações que me enojam perante a gana arrecadadora de grande parte dessas empresas. Não existe milagre e nem gente boazinha neste meio. Eles querem tomar o seu dinheiro e ponto. Eu fico feliz e ao mesmo tempo com um pouco de pena dessas famílias. Sem perceberem tomarão seu suado dinheiro e ficarão endividadas até o fio de cabelo. Espero realmente que eu esteja enganado.
Não basta entrar no mercado, é preciso saber sobreviver.
Kacio/Correio Braziliense

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Algo de podre na banda

Como é costume no Brasil certas providências só são tomadas quando a porta esta escancarada, apesar de alguns alertas. Esta consideração sobre os serviços da Telefônica são tardias aqui neste blog, mas não entre meu convívio social, onde fiz o máximo que pude ao orientar amigos e colegas para fugir dos serviços desta empresa, em especial os de banda larga.

Infelizmente tive o Speedy no final da década de 90 e sofri muito com sua instabilidade. Me recordo agora a correria de minha casa, no bairro do Cambuci, até as Perdizes em outro escritório para finalizar meu serviço porque o serviço de Internet ou estava lento, instável ou não tinha sinal. Ainda bem que o horário era às 6h da manhã, sem trânsito. Perdi a conta de quantas vezes fiz isso, até que minha paciência se esgotou e mudei para a concorrente, Virtua, mil vezes melhor. Quem me conhece sabe que não faço propaganda à toa, em busca de reconhecimento ($$) da empresa. Fora a longa batalha para conseguir um atendimento ou resolver algum problema técnico, que não eram poucos.

Também lembro de um episódio em uma editora na Bela Vista onde eu era repórter e editor. O dono da empresa não aguentou a instabilidade do Speedy e ligou para cancelar o serviço, não sem antes levar um cansaço e ouvir da atendente, logicamente orientada pela diretoria, que o serviço da concorrente Net é ruim. Ora, o que esperar de uma empresa como a Telefônica que age dessa maneira?

Enquanto isso vemos a imprensa noticiar as falhas da empresa e os órgãos reguladores se movimentando dando a impressão que os episódios ocorridos são uma grande surpresa. Já ouvi explicações da assessoria de imprensa, diretores e funcionários da empresa com argumentos pouco convincentes, propagandas amenizadoras e releases padrões (enroladores). E a ‘bondosa’ Anatel assistindo a Telefônica remetendo seus bondes de lucros para a sede na Espanha. Alguma coisa cheira podre nesta banda!

Tecnologia útil

Vamos deixar a Telefônica de lado e ler informação sobre o que realmente importa, com tecnologias que funcionam...

Correio Braziliense – DF

Sou pré, mas pago!
Antes, eles chegavam a ser ameaçados por não recarregarem seus telefones regularmente. Hoje, os usuários de pré-pagos são incentivados pelas operadoras com promoções que distribuem minutos e mensagens até de graça

Tudo na palma da mão
Com aplicativos baixados pela internet ou programas executados no próprio celular, é possível ter acesso a diversos serviços

Internet pela tomada: real ou imaginação?
Depois de meses de estudos, finalmente na semana passada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a regulamentação que permite às distribuidoras de energia elétrica usar suas redes para levar, a qualquer ponto do Brasil, internet banda larga

Cada um no seu quadrado
As redes de relacionamento temáticas fazem sucesso na internet e atraem usuários para discutir os mesmos — e mais variados — assuntos

Folha de S.Paulo

Computadores podem ficar mais caros a partir do ano que vem
Corte do PIS/Cofins, que barateou os produtos em até 10%, tem prazo para acabar no final deste ano

Elétricas já veem ameaça à internet por fio de energia
Companhias dizem que decisão da Aneel pode deixar nova tecnologia mais cara

O valor da opinião
Empresas bisbilhotam blogs e redes sociais para tentar identificar sentimentos coletivos e descobrir o que os internautas pensam sobre produtos, filmes e eventos

Valor Econômico

Governo planeja disseminar internet rápida
Versão preliminar de projeto para a área será apresentada ao presidente Lula em outubro

Banda larga dá sobrevida ao telefone fixo
Para crescer, operadoras apostam na oferta de serviços baseados na infraestrutura de Internet

O Estado de S.Paulo

TV vai conectar aparelhos na casa
Ligado à internet, televisor será o centro da rede doméstica

WNews

Oi lança ultra banda larga de 100 mega
O serviço será vendido inicialmente em Pernambuco

terça-feira, 15 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pimenta do Demo!

Para quem gosta de sentir fortes emoções, esta pimenta é o verdadeiro Capeta engarrafado!
Não estou sendo pago (ainda) para postar este comentário, mas não poderia deixar de passar a sensação que senti ao experimentar esta bomba que comprei na rua Santa Rosa. Vou entrar em contato com o distribuidor para ver se tem algum benefício...rs

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Placa da CIPA

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Muito bem acompanhada!

Pois é, a eleição já começou, embora muitos neguem, e as 'manifestações por apoio' tornam-se frequentes. Veja a companhia que o PT esta angariando para o ano que vem! Bom, depois de Renam, Sarney e Collor, por que não?
A ministra Dilma Rousseff participa, ao lado do senador Marcelo Crivela, de uma oração com o apóstolo Estevam Hernandes e a bispa Sônia Hernandes por sua saúde e pela eleição de 2010 (Foto: Sergio Lima/Folha Imagem)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Tem dúvidas ainda da seriedade deste país?

Imortal sem obra publicada
Apesar de nunca ter lançado um livro, senador Fernando Collor é eleito para vaga na Academia Alagoana de Letras. Única peça apresentada pelo parlamentar é uma coletânea de artigos escritos para jornais

Izabelle Torres (Correio Braziliense)

Uma votação recorde proclamou a crônica anunciada da eleição do senador Fernando Collor (PTB-AL) para uma das vagas de imortal na Academia Alagoana de Letras. Sem opositores para disputar com ele a cadeira na entidade, o parlamentar conseguiu levar 30 dos 40 acadêmicos para a solenidade de votação e recebeu 22 votos a seu favor. O apoio dos integrantes da instituição, formada basicamente por historiadores e literatos, se deu apesar do fato de o senador nunca ter publicado um livro sequer. Para concorrer ao cargo de imortal, Collor entregou apenas uma coletânea de artigos publicados na imprensa. A vitória era tão certa e costurada com antecedência que o parlamentar nem se deu ao trabalho de ir para Maceió assistir à sessão. Foi representado pelo presidente do Instituto Arnon de Mello, Carlos Mendonça, e comunicado por telefone.

A eleição de Collor causou descrédito na comunidade realmente ligada à literatura no estado. Nos bastidores, os eleitores do parlamentar justificam a escolha ressaltando o poder de comunicação da rede Gazeta de Alagoas, que o senador herdou da família. Também costumam citar os dois livros que o ex-presidente prepara para lançar. Um deles, intitulado A crônica de um golpe, está em fase final de produção e conta os momentos que antecederam o impeachment. Em plenário, o senador já anunciou que pretende lançar a obra “em breve”.

Cadeira 20

Fernando Collor vai assumir a cadeira que era ocupada pelo falecido poeta e defensor da cultura alagoana Ib Gatto, a de número 20. O escritor se tornou símbolo dos movimentos em defesa da literatura e do fortalecimento das produções literárias do estado. Entre os mais famosos autores e escritores alagoanos estão o autor Lêdo Ivo e os imortais Jorge de Lima e Graciliano Ramos.

Apesar das boas referências da literatura alagoana, relatos de quem compareceu à solenidade de chancela do candidato Collor para a cadeira na academia ressaltaram o entusiasmo de alguns dos eleitores e a disposição de não apenas votar a favor do parlamentar, mas divulgar o apoio dado à imortalidade do senador. Nesse grupo, estavam Ivan Barros, Milton Ênio — que já presidiu a entidade e é amigo da família Collor há quase 30 anos —, o médico José Medeiros e o ex-governador Divaldo Suruagy. Esse último tem mais uma característica em comum com o colega recém-eleito: também foi tirado do poder por conta da pressão popular. Em 1997, Suruagy renunciou ao cargo de governador e se tornou acadêmico anos depois. Outros ex-políticos também já fizeram parte da entidade, como Arnon de Mello, Teotônio Vilela e Tavares Bastos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Dois pesos

Se você aprova a lei anti-fumo, restrições de ônibus fretados entre outras ações panfletárias do poder público, leia a matéria abaixo e reflita.

Favela se muda para calçada e a vida piora ainda mais

370 famílias montaram barracos perto de área da qual foram despejados no Capão Redondo
Moradores vivem sem água ou luz, defecam e urinam em embalagens de sorvete e têm de se revezar nos barracos para dormir

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL (FOLHA)

Luiz Gustavo da Silva Santos, cinco meses, Andressa Conceição, seis meses, Daniela, quatro anos, Jonas, quatro anos, Cauane, três anos, Margarida Souza Ferreira, 36, Cícera da Silva Santos, 33, e Sandra Maria da Conceição, 28, moram desde o dia 24 em um barraco de 4 metros quadrados. Sem água, sem luz, sem banheiro, sem cozinha, dependem da sopa fornecida pela igreja. Defecam e urinam em embalagens de dois litros de sorvete. A descarga é no terreno em frente.
O banho é de favor, com vizinhos mais ricos. Na verdade, são apenas moradores de barracos "normais", que ficam na favela "normal", logo ali. Porque o barraco das mulheres e crianças citadas no início não é desse tipo. Foi erguido com outros 200 ao longo de 630 metros de uma calçada, no que já foi apelidado de "favela-tripa", que abriga cerca de 370 famílias.
Explica-se: no dia 24, o terreno de 34 mil metros quadrados no meio do bairro do Capão Redondo (zona sul), e onde moravam cerca de 800 famílias, foi desocupado pela PM, em cumprimento a uma ordem de reintegração de posse. Ontem, o local, que pertence à Viação Campo Limpo, estava recoberto pelos escombros dos barracos que o preenchiam -pedaços de fogão, boneca queimada, colchão, cadernos chamuscados, garrafas usadas podiam ser vistos entre toneladas de entulhos iluminadas aqui e ali por fogueiras altas. Nenhuma alma.
Do outro lado da rua, bem em frente à destruição, em uma faixa de calçada de 2,5 metros, esticou-se o que sobrou de vida na favela. Um barraco colado ao outro, restos como paredes.

Versinho para Olga
A vida da favela teve de entrar na linha -do meio fio-, mas continua. "Vai acontecer milagre. Milagre. Vai acontecer milagre", repete, às 23h, o sistema de caixas amplificadas da Igreja Pentecostal Águas Vivas. É o pastor Raimundo Medeiros do Nascimento, 45, quem, cercado de obreiras (quatro, superpovoando o seu barraco), anuncia a boa nova. Ele conseguiu salvar a Bíblia, o púlpito que ele mesmo construiu e as caixas amplificadas, além de um pano de cetim vermelho, que decora a igreja de papelão.
Do lado de fora, cerca de cem homens e mulheres perambulam de um lado para outro. São os que terão de passar a noite em claro. Eles só poderão dormir pela manhã, quando acordarem as crianças e os que terão de sair para trabalhar. É que não há lugar para todos nas moradias improvisadas.
Mas aqueles pedreiros, faxineiras, cozinheiros, diaristas, auxiliares de serviços gerais, babás etc não choram ou reclamam. Por volta das 20h, cerca de 300 deles -mais filhos e cachorros- reuniram-se defronte a um barraco decorado com a bandeira vermelha de uma tal Frente de Luta pela Moradia, FLM, um dos vários grupos que organizam a população pobre da periferia de São Paulo para a obtenção de moradia. A negra Felícia Mendes Dias, 50, é a principal liderança.
A Secretaria da Habitação da gestão Gilberto Kassab (DEM) respeita Felícia. "É uma mulher devotada à luta pela moradia", diz um funcionário do governo. Por influência de Felícia, o grupo de despejados na favela-tripa adotou um novo nome: Nova Associação Olga Benário.
Após combinarem como agirão no dia seguinte, quando assistentes da prefeitura viriam conhecer as famílias que deverão receber alguma ajuda, o grupo -punhos erguidos- recitou forte o versinho: "Olga Benário / Lutou contra o nazismo / Construindo o socialismo".
O filme "Olga", do diretor Jayme Monjardim, já passou algumas vezes naquele miolo do Capão Redondo, uma das áreas com pior IDH da cidade.

Gripe sulina?
Com voz mansa, Maria Helena Ferreira, 65, vice-presidente da Olga Benário, é quem organiza o cadastro do pessoal que reivindica ajuda da prefeitura. Incansável, a mulher acordou às 4h para ir ao hospital cardiológico Dante Pazzaneze, na Vila Mariana -ela sofreu um infarto há dois anos-, e às 23h ainda corria de barraco em barraco, conversando, tranquilizando, aconselhando. Aproveitou para comer um pouco da sopa que as paróquias do bairro mandaram para a favela-tripa.
A pequena Meyssa Beatriz Pereira da Silva, um mês e quatro dias de vida, espirra fraquinho. Está gripada. Pergunta-se à mãe, Marisa Silva Santos, 21, se não tem medo da gripe suína. Cabelos curtos, olhar inteligente, ela responde: "Gripe sulina?" Meyssa já foi atendida no posto de saúde do Parque do Engenho, ali perto. Liberada.
"Graças a Deus. A gente só tem de agradecer", diz a doméstica Marinalva Francisca de Jesus Santos, 40. A gratidão é porque não está chovendo em São Paulo nos últimos dias.
O marido de Marinalva está preso na cadeia do Belenzinho, acusado de roubo -"ele é inocente", ela diz. De dentro da cadeia, o homem assistiu pela TV ao incêndio que consumiu a favela. Reconheceu o barraco de sua família ardendo. O homem telefonou para a mulher. Ouviu dela a informação: "Estou na beira da calçada, como todo mundo". O homem ficou um pouco mais tranquilo, a mulher -bebê no colo- garantiu.