sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Jornalismo temeroso

Há quem defenda que os meios de comunicação necessitem de um controle mais rígido, até para evitar acusações de cunho político e injustiças, como o emblemático caso da Escola Base.

Não há dúvida. Exageros existem e as influências políticas em meios de comunicação colaboram para visões parciais de certos fatos. É só ler algumas matérias de jornais, em especial das regiões Centro-Oeste e Nordeste, onde releases de assessorias de governos são publicados como se fossem matérias, na cara dura. Pelo menos em outras regiões do país eles ‘trabalham’ o texto antes de publicar.

O interesse por trás deste ‘controle’ é meramente calar o contraditório, assegurado inclusive pela nossa Constituição. Não conheço, em meus poucos anos de vivência, nenhuma forma de controle que não tenha começado com pequenas indicações do que é certo ou errado. De onde você acha que vem toda esta onda de politicamente correto?

Quem acha que tem razão sobre tudo não quer ter sua suposta sobriedade fragilizada.


Seria perfeito um político governar sem dar satisfação, sem ter que responder o que não quer, sem oposição, sem limites. Enfim, um paraíso. Mas que tal eles se imporem um controle? Afinal trata-se de uma função pública, apesar de muitos já terem a transformado em uma carreira, exercendo-a como gerentes de uma grande empresa particular.

A matéria sobre os postos de combustíveis que lesam o consumidor, publicada no post abaixo, é um exemplo, dentre tantos. Na falta da proteção do Estado recorre-se ao jornalismo. Há vários casos em que o poder público só tomou uma providência após ser veiculada uma matéria. Não deveria ser ao contrário? O dinheiro público esta nas mãos de quem deveria nos proteger, mas a ação vem da esfera privada. E que tal agir antes de forma correta?

Não estou dizendo que o jornalismo é o salvador da pátria, mas se não me engano os órgãos fiscalizadores (Anatel, Aneel, ANP) existem para abrigar padrinhos políticos.
Exercer controle sobre a incompetência ninguém quer né?

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