Foi realmente uma demonstração de civilidade e patriotismo a eleição ocorrida ontem em todo o território nacional. Considerado como uma das maiores democracias do mundo, o Brasil também serve de exemplo para muitos países de Primeiro Mundo organizarem suas eleições.
É incrível a velocidade de apuração que as urnas eletrônicas trouxeram. Em algumas horas, governadores de estados onde ocorreram 2º turno já comemoravam sua vitória, bem como o presidente da República (bom, todos os prognósticos apontavam o óbvio).
É mais incrível ainda que toda esta ‘lição de democracia’ ocorra, apenas, a cada dois anos. Há um enorme esforço por parte das instituições que gerenciam toda esta enorme máquina estatal em facilitar todo e qualquer sistema que os beneficiem.
Agora, que o país volta ao seu 'normal’, podemos continuar a exercer nossa cidadania em busca de melhor atendimento em serviços públicos, ver as constantes greves do INSS prejudicar a grande massa de idosos, esperar alguns meses para abrir uma empresa, brigar por um atendimento decente em um hospital, fugir da violência praticada por bandidos/policiais e correr atrás de um salário condizente para pagar os inúmeros impostos, taxas e contribuições e, ainda, sobrar algum para despesas pessoais.
Há garantias de que não irá faltar cidadão para sustentar esta máquina (seja pelo pagamento de impostos ou pela obrigação de votar). Mas não há garantias das obrigações do Estado com o cidadão.
Todo dia, em uma emissora de TV, moradores reclamam das péssimas condições de vida em seus bairros. Hoje, moradores do Alto da Serra reclamaram da falta de esgoto, pavimento, água encanada, luz e transporte coletivo. A entrega de seus carnês de IPTU nunca atrasaram.
Não é errado ter um sistema eleitoral exemplar. Mas antes de priorizá-lo, o básico deve ser garantido. Sinto-me um cidadão suíço a cada dois anos.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
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