sexta-feira, 4 de maio de 2007

Santinho do pau oco

“Santinhos com a foto do candidato à releeição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocada sobre o número da legenda de Geraldo Alckmin (PSDB) foram distribuídos no último domingo, dia de eleição. Os panfletos foram entregues na zona rural de Pernambuco, na região de Santa Maria da Boa Vista.”

A notícia, veiculada no site Terra, não é surpresa tratando-se do ‘vale tudo eleitoral’ no país. Mas é interessante, pois insurge, novamente, a questão do voto obrigatório e suas conseqüências pouco abordadas pela mídia e considerada 'tabu' pelo TRE.

Segundo a notícia, os papéis, que também traziam fotos, nomes e números de candidatos PFL e PMDB, eram entregues por cabos eleitorais a pessoas de aparência humilde e roupas simples.

Diante deste fato, me recordo da apreensão realizada pela Polícia Federal de urnas eletrônicas falsas encontradas na Fazenda de propriedade do deputado federal José Janene (PP), em Londrina/PR. Treinamento cívico??

Ora, precisa dizer mais alguma coisa? Quem viaja pelo interior do país (e não precisa ir muito longe), em alguns municípios ocorre um verdadeiro choque cultural, principalmente quando se lida com um ser tipicamente urbano rastejante como este autor.

Há um outro Brasil lá fora, de famílias que vivem em palafitas, casebres e outras estruturas em péssimo estado em qualquer lugar com as mínimas condições de se implantar uma cultura de subsistência. Outras famílias trabalham arduamente em plantações, muitas em regime de escravidão, como já foram descobertos acampamentos de cortadores de cana.

Em rincões distantes de centros urbanos as populações pobres, de baixo ou nenhum índice de escolaridade, tornam-se alvos fáceis de políticos mal intencionados que lucram com a ignorância alheia. Ignorância esta não como pessoas urbanas a conhecem, mas sim por mera falta de estudo e orientação e, conseqüentemente, discernimento, tornando a indução por obrigação (de votar) fator preponderante nos menos abastados.

Porcamente Voltando ao ‘santinho do pau oco’, há outra tática bem marota adotada para prejudicar rivais políticos. Um fato que presenciei nesta última eleição, enquanto eu me direcionava ao reduto italiano no bairro do Bixiga. Um carro, a 20 Km/h, jorrava santinhos pelas ruas da capital, onde a mão do condutor do veículo era a única parte do corpo visível, esta protegida por um espesso vidro negro.
Não pude ver qual candidato era o personagem dos santinhos, mas desconfio que a intenção era prejudicá-lo, pois esta prática porca foi felizmente proibida pelo TRE.

O mesmo pode ter ocorrido no ‘tapete’ de santinhos do Partido Verde (PV), na entrada de minha seção eleitoral e em outras partes da cidade. Ora, logo eles? É muito estranho. Mas prometo que no próximo segundo turno saio com minha máquina fotográfica e registro alguns absurdos que, certamente, irão ocorrer novamente.

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